Ainda dentro da minha crise de
criatividade, em 2016 eu propus aos meus alunos remontar o meu primeiro
espetáculo no Sigma, Alice. Assim eu aproveitaria o texto já pronto e apenas
adaptaria para novos alunos, e, dessa vez também mais jovens, pois agora eu
ministraria aula para crianças desde a educação infantil até o Quinto
Ano.
Foi fácil conquistá-los com a proposta,
uma vez que eu já tinha o texto para apresentar e que Alice é e sempre será uma
história cativante, cheia de personagens que agradam a todos.
A única coisa que meus alunos
insistiram é que algo teria que ser inovador em nossa montagem, e assim,
aproveitando a moda do app Pokemon Go, inserimos na história caçadores de
pokemons e pokemons.
Analisamos apenas se combinaria, e
todas as crianças me convenceram que seria perfeitamente possível.
Destaque especial para um prólogo feito
com as crianças da educação infantil contendo toda a história em versão
resumida e para a guerra de pokebolas (feitas pela professora Carol Narvaez com
bolas de isopor) que foi travada entre todos os atores e espectadores.
A peça com certeza contou com a
diversão das crianças. A única crítica que escutei foi a que faltou música e
que era bem difícil escutar as vozes de algumas crianças. E realmente... eu
estava tão envolvida com as adaptações dramatúrgicas que me esqueci
completamente que a sonoplastia é um elemento tão fundamental em um espetáculo
teatral.
Um erro que espero não cometer mais.
Segue abaixo o texto da peça de 2016 e
lembrem-se de, se usarem, citar meu nome na dramaturgia e me avisar!!!
CURSO DE TEATRO JORNADA AMPLIADA
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Livre adaptação do texto de Lewis
Carrol
Produção – Daiane Farias
Direção
e dramaturgia – professora Dhenise Galvão
Cenografia
– professora Carol Narvaez
Sonoplastia
e músicas - professor Leandro de Moraes
Efeitos
Circenses – professor Ivonildo
Concepção
espacial – professor Benilson
Figurinos
– Criados pelos próprios alunos
Iluminação
– Cauan Victor Lira
Narração
(e coordenação de narração) – Igor Tahan Gomes
Prólogo – Alunos do Jardim II e do 1º ano
– Gabriel Nunes, Letícia Oliveira, Nikolas Rosenthal, Pablo Henrique, Pedro
Nahon, Sara Kauane, Thaysa Rosenthal, Eduardo William, Carolina Wanderlei,
Laura Castelo Branco, Letícia Azevedo, Letícia Santos, Luciana Oliveira, Lucas
e Pedro César
PERSONAGENS
Narradores:
Igor Tahan, Maria Eduarda Fenner, Bárbara Simão
Alices
– Alice Palos, Beatriz Casamayor, Sofia Lima, Camila Dayahart, Lívia Holanda
Irmã
de Alice – Cecília Naum
Coelho – Felipe Brombal
Flores – Meninas do Jardim 1 – Fernanda
Lima, Julia Zanotta, Juliana Furtado, Luísa Pedrosa, Marcela Inneco, Paula
Fernanda e Stella Frota
Weedle
One – Leonardo Franz
Weedle
Two – Pedro Souza
Weedle
Three – Vitor Gabriel
Gata de Cheshire – Sofia Lima
Chapeleiro Maluco – Bernardo Amariz e
Gabriela Resende
Lebre
de Março – Camila Dayahart
Camundongo – Miguel Figueiredo
Pikachu
- Maurício Sampaio
Mewtwo
– Arthur Godoi
Articuno
– Artur Lemos
Irmãs
do Chapeleiro Maluco –Eduarda Alencar, Beatriz Casamayor e Cecília Nahon
Rainha
de Copas – Sara Machado e Beatriz Casamayor
Rainha Branca – Maria Eduarda Pontes
Soldados
de copas – Gabriel Casamayor, Pedro Rosa, Dimitri Santos, Vitor Gabriel e
Rodrigo Castelo Branco
Lagarto
(Caterpie) – Eduardo Nunes
Pac – Bernardo Amariz
Mike – Artur Lemos
Pokemons variados – Alunos do jardim II,
do 1º ano e do 3º ano.
PRÓLOGO
Os
alunos entram no centro do palco, se posicionam como bichos e personagens de
fantasia. Uma menina dorme e uma fica em pé no centro como narradora da
história da Alice. Ela vai começar a contar a sua própria versão de Alice e
enquanto ela narra a breve história as crianças vão se transformando nos
personagens.
NARRADORA – Era uma vez uma menina que
gostava muito de histórias. Um dia, Alice e suas irmãs estavam lendo e
dormiram. Nesse sonho Alice viveu as aventuras mais legais de sua vida. A
começar por um coelho de colete e relógio.
ALICE – Onde estou? Quem sou? Olha, um
coelho de colete e relógio.
IRMÃ – Espere, Alice, volte já aqui. Aonde
você pensa que vai?
COELHOS – Estou muito atrasado, puxa vida.
É tarde!
ALICES – O coelho está atrasado, deve ser
muito importante! Senhor coelho, espere!!!
GATO – Olá menina, para qual lugar você
vai? Qualquer caminho que escolher te levará para lá...
CHAPELEIRO MALUCO – Hei menina, você quer
encontrar o coelho? Não quer tomar um chá primeiro?
FLORES – Todas as flores podem falar!
RAINHA BRANCA – O coelho é o mensageiro da
minha irmã, a Rainha de Copas. Tome cuidado com ela.
LAGARTAS – Você não sabe que tamanho quer
ter?
SOLDADOS – Ei menina, o que você está
fazendo aqui?
RAINHAS – Cortem-lhe a cabeça!
NARRADORA – Alice correu... correu com
medo e depois pensou que tudo foi um sonho.
CENA
UM – Alice e Sua irmã conversam
Centro
do Palco, um tapete dobrado que será aberto no final da peça. Teatro de arena.
As atrizes entram e se sentam de costas uma pra outra. Alice está sentada ao
lado de sua irmã. Alice faz um colar de flores, entediada com o falar
tagalerativo da irmã que lia um livro.
IRMÃ (lendo) – Charles Lutwidge Dogson, mais conhecido como Lewis Carrol
foi um romancista, poeta e matemático britânico. Nasceu na Inglaterra em 1832,
no dia 27 de janeiro. Seus primeiros livros abordavam temas como geometria e
álgebra...
Alice
faz um bocejo.
IRMÃ – Alice! Você quer prestar
atenção na biografia que estou lendo!
ALICE – Para que serve um livro sem
figuras nem diálogos?
IRMÃ – Ouça Alice, há muitos e
muitos livros nesse mundo sem figuras.
ALICE (distraída) – Eu queria era fazer um colar de margaridas, mas só de
pensar em levantar para colher as margaridas me dá uma preguiça.
IRMÃ – Alice? Está sonhando!
Do
alto da arquibancada surge o coelho um relógio na mão, olhando as horas várias
vezes e muito preocupado.
COELHO – Oh, Puxa, puxa, eu devo estar
muito atrasado. Meu Deus, é tarde.
Alice
vê o coelho.
ALICE – Ei, coelho (sussurra para a irmã não escutar) Aonde você vai?
COELHO – Para algum lugar.
Alice
sobe as escadas atrás do Coelho. Enquanto sua irmã some a procurando pela
arquibancada.
IRMÃ – Alice, apareça já aqui!
A
irmã da Alice sai para outra direção.
NARRADORES
– Vocês viram o que aconteceu? Vocês já viram um coelho de colete e com um
relógio na mão? Acharam estranho? Alice não achou nada estranho. E resolveu que
queria ir mesmo atrás deste coelho. Só que ela não esperava que fosse encontrar
tantas coisas diferentes....
No
palco, Alice está sentada com uma garrafa em sua frente escrito BEBA-ME e um
pedaço de bolo escrito COMA-ME.
O
coelho passa correndo por ela e entra no cenário.
Alice
bebe o líquido e guarda o bolo no bolso. De repente ela percebe que está
ficando menor. Começa a girar e entra uma outra atriz em seu lugar. Elas se
olham em movimento de espelho.
ALICE – Minha nossa, o que aconteceu
comigo? Como estou menor. Acho que toda vez que eu comer esse biscoito ou beber
este suco vou mudar de aparência. Vou guardar sempre comigo, com certeza vou
precisar.
A
Alice maior sai e fica a pequena. Muda a atriz de Alice.
CENA
DOIS – Jardim de flores
ALICE – Olá! Tem alguém aqui? Será que alguém
viu um coelho branco? Mas o que estou fazendo, aqui parece que só tem flores e
eu falando sozinha. Ó que margarida mais linda, gostaria que pudesse falar!
FLORES – Pois podemos!
MARGARIDA – Quando há alguém com quem valha
a pena conversar.
ALICE – E todas as flores podem falar?
ORQUÍDEA PRETO E BRANCA – Tão bem quanto
você. E bem alto.
ROSA – E você poderia nos dizer por que
está procurando um coelho branco?
ORQUÍDEA ROSA, ROXA E AZUL – Tudo pode se
aprender entre as flores, menina!
ORQUÍDEA BRANCA – Sobretudo as coisas mais
importantes dessa vida!
TULIPA CINZA – Quem cheira uma dessas
flores sente bater o coração.
ALICE – Vocês são muito engraçadas!
VIOLETA – Qual é a graça, querida?
ALICE – Porque nunca vi uma flor falar,
nem tinha visto um coelho branco usando colete e segurando um relógio na mão.
Fiquei tão curiosa e queria saber um pouco mais sobre ele.
TULIPA CINZA – Nós falamos e dançamos
também!
As
flores dançam
ORQUÍDEA ROSA, ROXA E AZUL (se dirigindo à Margarida, sobre Alice)
– Eu não me importo com a cor dessa menina, mas se pelo menos suas pétalas se
encrespassem um pouco mais, tudo estaria bem com ela.
MARGARIDA – Eu acho que ela devia ter o
cabelo cor de rosa!
ORQUÍDEA BRANCA – Como é seu nome?
ALICE – É Alice, e eu não estou gostando
de ser criticada. E como vocês podem falar tão bem? Estive em muitos jardins,
mas nenhuma flor podia falar. Agora preciso ir.
ROSA – Estranho, eu nunca conheci uma flor
chamada Alice.
NARRADORES – Antes de sair, Alice resolve
tomar um gole de suco, pois estava com sede. E se transformou novamente em
outra Alice.
Muda
a atriz de Alice.
CENA TRÊS – A Casa dos trigêmeos
Weedles
NARRADORES–
(Igor e Cauan, ao estilo DJ, com fones e microfones, e segurando três setas)
– Fala aí galerinha aqui é o Igor, e esse aqui do meu lado é o moço Cauan... E
assim saiu Alice para procurar o Coelho Branco. Andou, e andou por um longo
tempo, e sempre que a estrada se dividia ela encontrava três setas apontando na
mesma direção – uma dizia – Por aqui, casa de Weedle One; uma outra, siga para
Casa de Weedle Two, e a terceira seta dizia, Casa de Weedle Three, por aqui.
Alice resolveu dar uma chegadinha lá para descobrir algo sobre o Coelho Branco.
WEEDLE
ONE – Se pensa que somos bonecos de cera, deveria pagar ingresso, não é?
Bonecos de cera não são feitos para serem vistos de graça.
WEEDLE
TWO – Agora, se pensa que somos vivos, você devia falar alguma coisa.
ALICE – Lamento muito, acreditem.
WEEDLE
THREE – Sei o que você está pensando, mas não é isso, de maneira alguma.
WEEDLE
ONE – Ao contrário, se era assim, podia ser; e se fosse assim, seria; mas como
não é, não é. Isto é lógico.
ALICE – Eu estava pensando se vocês viram
o Coelho Branco por aqui.
WEEDLE
TWO – Curiosa, você!
ALICE – Eu sou, e daí?
WEEDLE
THREE – A gente só perguntou. Aliás, a primeira coisa que a senhora deve fazer
numa visita é dizer “Como vai?” e dar um aperto de mão.
Alice
oferece biscoitos para eles, eles são muito bagunceiros, mas aceitam. Ela
pergunta se pode tirar uma selfie com eles, eles gritam –
WEEDLES
– Pokemon go?? Não!!!!!
Os
trigêmeos começam a atirar pokebolas de isopor nela e na plateia enquanto ela
percebe que vai se transformar em outra Alice e sai correndo.
NARRADORES
– E assim Alice aproveitou para sair dessa conversa maluca mais confusa que
antes e seguiu caminhando em busca do Coelho Branco. E comendo um biscoito, se
transformou em outra Alice, chegou a um local escuro e apenas escutou uma voz
vinda de cima das árvores.
Muda
a atriz de Alice.
CENA QUATRO – A Gata de Cheshire
GATA DE CHESHIRE – Miau, Olá!
ALICE – Gatinha de CHESHIRE, poderia me dizer,
por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?
GATA DE CHESHIRE – Isso depende muito de
para onde você quer ir.
ALICE – Não me importo muito para onde.
GATA DE CHESHIRE – Então não importa o
caminho que você escolha.
ALICE – Contanto que dê em algum lugar.
GATA DE CHESHIRE – Você pode ter certeza
de que vai chegar se você caminhar bastante.
ALICE – Bem, estou procurando um coelho
branco.
GATA DE CHESHIRE – O chapeleiro maluco o
conhece. Ele pode te falar onde ele está. Quer que eu te mostre o caminho?
ALICE – Sim, por favor.
NARRADORES
– Eles caminharam muito até chegar perto da casa do chapeleiro. Quando
chegaram, a gata desapareceu lentamente, começando pelo final do rabo e
terminando pelo sorriso que permaneceu por algum tempo depois de o resto sumir.
Alice pensou que um sorriso sem um gato era a coisa mais curiosa que ela tinha
visto. Alice aproveitou a caminhada e
comeu mais um biscoito.
Muda
a atriz de Alice.
CENA CINCO – O chá maluco
NARRADORES – Chegando à casa do
Chapeleiro, ela viu uma mesa arrumada, onde a Lebre de Março, o Chapeleiro
Maluco, o Ratinho e uns monstrinhos bem fofinhos estavam tomando um chá.
CHAPELEIRO MALUCO – Não tem lugar! Aqui
não tem lugar!
ALICE – Boa tarde! Aqui tem muito lugar!
Você deve ser o Chapeleiro Maluco, não é? A Gata me disse que você me ajudaria
a achar o Coelho Branco.
CHAPELEIRO MALUCO – Oi! O coelho? Você
aceita uma xícara de chá?
LEBRE DE MARÇO – Tome um pouco de suco de
uva!
ALICE – Mas eu não vejo nenhum suco uva.
PIKACHU – Pika! (dá língua). Não gosto de suco!
LEBRE DE MARÇO – Não tem nenhum mesmo.
ALICE – Então não é muito educado da sua
parte oferecer!
CAMUNDONGO – (acordando) É claro, é claro, é justamente o que eu ia dizer.
LEBRE DE MARÇO – E não é educado sentar-se
sem ser convidada.
ALICE – Sim, aceito. Então, onde ele esta?
CHAPELEIRO MALUCO – Eu não sei. Hoje é seu
aniversário?
ALICE – Não.
CHAPELEIRO MALUCO – Então, minha querida,
feliz desaniversário!
LEBRE DE MARÇO – Hoje é o de... sani...
versário dela?
PIKACHU – Vamos comemorar!!! Viva!
CAMUNDONGO – É sim. Vamos cantar uma
música.
TODOS
– Feliz desaniversário pra você, pra você, pra você. (cantam estilo heavy
metal)
COELHO – Oh, minhas orelhas! Ah, minhas
orelhas estão no lugar. Nossa, como está ficando tarde.
CHAPELEIRO MALUCO – O Coelho! O Coelho!
MEWTWO – O coelho! Pega ele!!!
ALICE – É verdade! O Coelho! Hei, Coelho,
volte aqui.
COELHO – Puxa vida, eu não posso, ela vai
me matar se a fizer esperar. (Sai).
ALICE (levantando-se)
– Bem, muito obrigada pelo chá maluco, senhor Chapeleiro! Aceitam um cookie? (Alice come)
CHAPELEIRO MALUCO – Chá?
LEBRE DE MARÇO – Maluco?
ARTICUNO – Ah não, ela foi embora!
Muda
a atriz de Alice.
CENA SEIS – A assustadora Rainha de Copas
NARRADORES
– Enquanto Alice tentava apenas fugir daquela conversa maluca, no castelo de
copas a Rainha desconfiava das irmãs do Chapeleiro Maluco, que eram suas
prisioneiras. A Rainha sempre desconfiava de alguém, isso quando não
desconfiava de tudo e de todos.
RAINHA
DE COPAS – Alguém roubou a minha torta de frutas vermelhas. Foi você?
IRMÃ
DUDA MALUCA – Não, por favor, Vossa Majestade, não fui eu.
RAINHA
DE COPAS – E você?
IRMÃ
BIA MALUCA – Ninguém pode provar que fui eu. Jamais, nunca!
RAINHA
DE COPAS – Se você não comeu, apenas torna a situação pior para você. Pois com
certeza você estava fazendo alguma coisa de errado enquanto alguém comia a
minha torta. (Para a irmã FENNER MALUCA) E você? O que você sabe a
respeito do caso?
IRMÃ
BIA MALUCA – Nada!
RAINHA DE COPAS – Nada de nada?
IRMÃ
BIA MALUCA – Nada de nada!
RAINHA DE COPAS – Isso é muito importante!
IRMÃ
DUDA MALUCA – Desimportante é o que Vossa Majestade quer dizer, claro!
RAINHA DE COPAS – Desimportante, é claro,
foi o que quis dizer. (A Rainha continua
refletindo) Importante... Desimportante... Desimportante... Importante...
IRMÃ
CECÍLIA MALUCA – Mas isso não tem a menor importância!
RAINHA DE COPAS – Foi você! Tem um pedaço
de torta na sua boca!!! Essa é a prova mais importante que temos aqui e isso
prova a sua culpa, logicamente! Portanto, cortem-lhe a cabeça!
CENA SETE – A doce Rainha Branca
NARRADORES
– Enquanto a Rainha discutia com suas prisioneiras, as irmãs do Chapeleiro
Maluco, para saber quem roubou sua torta, Alice viu um lindo castelo branco,
cheio de cristais. Aproximou-se mais e tocou a campainha.
RAINHA BRANCA – Olá, docinho, o que
deseja?
ALICE – Olá, moça! Estou procurando um
coelho branco.
RAINHA BRANCA – O mensageiro da minha
irmã, a Rainha de Copas.
ALICE – Tem como você me levar lá?
RAINHA BRANCA – Não, nós nos odiamos.
ALICE – Você pode, pelo menos, me levar
até a porta do castelo?
NARRADORES – O que Alice não tinha
entendido direito é que estava falando com a Rainha Branca, uma Rainha doce e
muito inteligente. A Rainha Branca, era, além de tudo, gostava muito de
charadas e em versos.
RAINHA BRANCA – Escute, minha querida
Alice, posso leva-la ao castelo da Rainha de Copas, mas apenas se você
adivinhar esta charada –
Um tipo de peixe que pode ser pescado até
por um bebê, creio eu. Para cozinhar este tipo de peixe não leva mais de um
minuto. Coloque ele no prato, isto é fácil, porque ele já está lá...
Agora, tirar a tampa que cobre este peixe
é tarefa tão difícil que acho que você não vai conseguir. A tampa dele se
agarra como cola. A tampa está colada ao prato e o peixe está lá dentro! Agora
me diga, o que é mais fácil, descobrir o peixe ou a charada?
ALICE – Já sei! Vossa Majestade, se trata
de uma ostra!!!!!!
RAINHA BRANCA – Certo, querida Alice, você
acertou, procure os caçadores que irão levar você ao castelo que procura.
NARRADORES – Alice não sabia quem seriam
os caçadores, mas permaneceu parada observando e viu rapazes falando de caçar
Pokemons. Vocês não podem imaginar que aventuras estão para acontecer quando
Alice encontra no meio do caminho jovens caçadores de Pokemons.
CENA OITO – A batalha Pokemon
PAC – Fala aí
galerinha, fala moço Mike, está um grande dia para aproveitar o sol!
MIKE – Pac,
enquanto você curte o sol os caçadores estão pegando mais pokemons. Eu acho que
um treinador de pokemons pode capturar pokemons e curtir o sol.
LIDIA – (correndo em direção a eles) Hei, esperem
um pouco! Aonde vocês pensam que vão?
PAC – Eu sei
exatamente para onde a gente está indo, para uma batalha pokemon.
PIKACHU – Pika!
Adoro batalhas!!!
ALICE – (que assistia a tudo de longe) – Mas a
troco de que vocês vão para uma batalha?
MIKE – Não é da
sua conta!
PAC – Quem é
você? Não é mesmo da sua conta, mas nós vamos atrás de mais insígnias.
LÍDIA – Pac,
você tem certeza? Essas batalhas têm fantasmas pokemons muito assustadores.
PAC – Meninas,
vamos conosco. Vocês podem nos ajudar e eu preciso de mais insígnias de
treinador.
MIKE – Faz muito
sentido!
NARRADORES –
Pac, Mike, Lídia, Alice e o amiguinho Pikachu caminham para o Ginásio de Unova,
onde encontram o Templo do Mew que estava protegido por Mew, Mewtwo, e vários
pequenos pokemons.
Entram as crianças do Jardim II com roupas
coloridas, gorros e chapéus diferentes, fazendo movimentos de pokemons.
MEW – Eu já sei!
Pac, Mike, Lídia e Alice e esse Pikachu querem nos capturar! Mas para isso
primeiro precisarão capturar nossos pokemons.
MEWTWO – (Com voz assustadora) Mewtwo é meu nome e
só poderão nos capturar se forem os melhores caçadores de pokemon!
LÍDIA – Ai Pac,
é melhor voltarmos!
PAC – Lídia, não
se preocupe, eu sei o que fazer.
MIKE – Peguem
suas pokebolas!
ALICE – O que é
uma pokebola?
LÍDIA – São
essas bolas que você captura pokemons.
NARRADORES –
Então os amigos de Alice, Pac, Mike e Lídia, com ajuda do Pikachu, começam a
capturar todos os pokemons pequenos. E eles são realmente bons nisso!
MEW – Mewwwww!
MEWTWO – Agora
quero ver nos capturarem!
Pac tenta capturar Mew.
MEW – Boa
tentativa, amiguinho.
Mike tenta capturar Mewtwo.
MEWTWO – Boa
tentativa!
PIKACHU –
Pokebola, vai!
Alice pega em sua bolsa duas marsterballs que
encontrou no meio do caminho e entrega uma para Lídia. Lídia e Alice conseguem
então capturar Mew e Mewtwo e eles entregam para os caçadores um colar de
insígnia para cada um.
NARRADORES – Alice assim se tornou uma
caçadora máster de pokemon, e com seu colar de insígnias poderia enfrentar a
Rainha de Copas sem correr riscos. Os seus novos amigos a levaram então para o
castelo da Rainha onde ela poderia encontrar o Coelho Branco. Chegaram ao
castelo da Rainha de Copas e se despediram! Alice bateu na porta e foi atendida
por um soldado. Este a levou para falar com a Rainha de Copas.
CENA NOVE – Os Soldados atrapalhados
RAINHA DE COPAS – Entre já!
ALICE – Olá, majestade! Gostaria de falar
com o Coelho Branco.
RAINHA DE COPAS – Ele não está, volte mais
tarde, antes que eu corte sua cabeça!
NARRADOR
ÁRVORE – Alice, assustada, saiu e foi para os jardins do castelo, lá viu os
soldados pintando rosas brancas em vermelhas.
SOLDADO
SETE – Cuidado, cinco! Não jogue tinta em mim!
SOLDADO
TRÊS – Eu não tive culpa, o As empurrou meu cotovelo!
SOLDADO
AS – Muito bem, Cinco! Sempre colocando a culpa nos outros!
SOLDADO
CINCO – É melhor você não falar nada, ontem mesmo eu ouvi a Rainha dizer que
você merecia ser decapitado!
SOLDADO
NOVE – Por quê?
SOLDADO AS – Não é da sua conta, Nove!
ALICE – Posso ajudar?
SOLDADO
SETE – Sim, venha! Toma os pincéis e a tinta vermelha.
ALICE – Mas vocês podem me dizer por que
estão pintando essas rosas?
O Cinco e o Sete não responderam, mas olharam
para o três. Este começou a explicar em voz baixa.
SOLDADO SETE – Sabe, menina,
aqui devia estar uma roseira vermelha, mas nós nos enganamos e plantamos
algumas brancas.
SOLDADO CINCO – Se a Rainha descobrir manda cortar nossa
cabeça, entende?
SOLDADO NOVE – Por isso,
estamos fazendo o melhor que podemos, antes que ela venha para...
ALICE – Entendi. Bem, vou ajudar vocês
para andar mais rápido.
NARRADORES – A Rainha de Copas decidiu
andar pelo jardim e viu os soldados e Alice pintando as rosas. A Rainha ficou
enfurecida e deu um grito assustador.
RAINHA DE COPAS – O que é isso?
SOLDADO SETE – São as rosas de Carmim,
Vossa Majestade.
RAINHA
DE COPAS – Vocês a pintaram de vermelho! Cortem a cabeça de todos!
NARRADOR
– O caldo azedou!
TODOS
OS SOLDADOS – Deu ruim!
SOLDADO
SETE (discretamente) – Vixi, lascou-se!
SOLDADO
CINCO – A culpa é da árvore!
A Rainha pega um biscoito da mão da Alice,
come e começa a se transformar em outra pessoa. Entra em cena Sara como Rainha
de Copas no lugar de Bia que parece gostar de sua nova aparência e repete
novamente a ordem de cortar a cabeça de todos os soldados.
Nesse
instante aparecem a Lagarta Caterpie, o Chapeleiro que encontra suas irmãs e
vários soldados.
CENA DEZ – O conselho da Lagarta -
Caterpie
LAGARTA – Não façam isso!
RAPINHA DE COPAS – Quem acha que eu não
devo cortar as cabeças desses soldados?
ALICE – Eu acho que...
CHAPELEIRO MALUCO – Cala a boca, menina,
para de falar!
LAGARTA (para
Alice) – Quem é você?
ALICE – Eu não sei muito bem – eu sabia quem eu era
quando levantei esta manhã, mas acho que mudei demais.
RAINHA DE COPAS – O que você quer dizer com isso?
Explique-se!
CHAPELEIRO MALUCO – Ô menina, agora é melhor
apresentar uma excelente defesa, senão.....
ALICE – Eu não posso explicar, Majestade, porque eu
não sou eu mesma, vê?
LAGARTA – Eu não vejo.
ALICE – Eu mesma não consigo entender, ter tamanhos
diferentes em um dia é muito confuso, conhecer pessoas tão estranhas e malucas,
tudo isso é muito confuso.
LAGARTA – Não é, isso é normal até demais.
CHAPELEIRO MALUCO – É verdade, é absolutamente
normal.
ALICE – Bem, talvez você não ache isso ainda, mas
quando virar uma borboleta você vai se sentir estranho, não vai?
LAGARTA – Nem um pouco.
CHAPELEIRO MALUCO – E eu? Nunca vou virar uma
borboleta....
IRMÃ DUDA – Fica quieto, você não tem como virar
uma borboleta! Você é apenas um chapeleiro!
ALICE – Bem, talvez seus sentimentos possam ser
diferentes.
LAGARTA – Você! Quem é você? Ainda não me disse.
NARRADORES – A conversa de Alice com a Lagarta
parecia voltar novamente para o início, o que deixou Alice bastante irritada
com essas pequenas observações. Alice estava muito chateada e pensando em ir
embora.
LAGARTA – Espere! Volte! Tenho algo importante para
dizer. Mantenha a calma. Então você acha que mudou, não é? De que tamanho você
quer ser?
ALICE – Eu não ligo para qual tamanho, apenas um
que não fique mudando sempre.
IRMÃS DO CHAPELEIRO – Majestade, eles te
desobedeceram.
LAGARTA – (gritando muito nervoso) Eu já disse! Mantenham a calma! Todos
merecem uma segunda chance!
TODOS OS SOLDADOS – Não, majestade, corte
a cabeça.
LAGARTA – Não!
NARRADORES - Alice saiu correndo com medo.
Viu sua cama e correu mais ainda.
CENA ONZE - FINAL
IRMÃ – Acorda, Alice!
ALICE – Oh, foi um sonho.
IRMÃ – Nossa, que sono pesado você teve!
ALICE – Puxa, que sonho estranho eu tive.
NARRADORES – Alice contou para sua irmã,
tão bem quanto pôde lembrar, as estranhas aventuras que vocês acabaram de ver.
Sua irmã escutou atentamente, mas não levou muito a sério.
IRMÃ – Foi um sonho curioso, certamente,
querida irmã, mas agora apresse-se, pois estamos na hora do chá.
NARRADORES – E Alice assim se apressou
para tomar o chá que tanto gostava, pensando que realmente tinha tido um sonho
maravilhoso. Mas sua irmã não se levantou. Ficou sentada ali imaginando o sonho
de Alice, e de repente cochilou. E começou a sonhar. Primeiro via o Coelho
Branco, e logo depois as Flores Falantes, depois aparecia a Rainha, e junto
dela seus soldados e seus sapos, e a Rainha Branca, viu também os trigêmeos
Weedles, e o Chapeleiro, a Lebre, o Camungondo dorminhoco e a Gatinha Cheshire,
a Lagarta e por último, vários pokemons... e finalmente ela imaginou como sua
irmãzinha, Alice, no futuro, se transformaria em uma mulher adulta mantendo
sempre seu coração simples e afetuoso da infância, lembrando sempre de suas
histórias fantásticas do sonho com o País das Maravilhas.
(Todos
os personagens estão em cena, enfileirados, e agradecem juntos à plateia. Alice
entra por último e vem à frente).
FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário