quarta-feira, 10 de junho de 2020

Alice no País das Maravilhas II

Ainda dentro da minha crise de criatividade, em 2016 eu propus aos meus alunos remontar o meu primeiro espetáculo no Sigma, Alice. Assim eu aproveitaria o texto já pronto e apenas adaptaria para novos alunos, e, dessa vez também mais jovens, pois agora eu ministraria aula para crianças desde a educação infantil até o Quinto Ano. 

Foi fácil conquistá-los com a proposta, uma vez que eu já tinha o texto para apresentar e que Alice é e sempre será uma história cativante, cheia de personagens que agradam a todos.

A única coisa que meus alunos insistiram é que algo teria que ser inovador em nossa montagem, e assim, aproveitando a moda do app Pokemon Go, inserimos na história caçadores de pokemons e pokemons.

Analisamos apenas se combinaria, e todas as crianças me convenceram que seria perfeitamente possível.

Destaque especial para um prólogo feito com as crianças da educação infantil contendo toda a história em versão resumida e para a guerra de pokebolas (feitas pela professora Carol Narvaez com bolas de isopor) que foi travada entre todos os atores e espectadores.

A peça com certeza contou com a diversão das crianças. A única crítica que escutei foi a que faltou música e que era bem difícil escutar as vozes de algumas crianças. E realmente... eu estava tão envolvida com as adaptações dramatúrgicas que me esqueci completamente que a sonoplastia é um elemento tão fundamental em um espetáculo teatral.

Um erro que espero não cometer mais.

Segue abaixo o texto da peça de 2016 e lembrem-se de, se usarem, citar meu nome na dramaturgia e me avisar!!!

CURSO DE TEATRO JORNADA AMPLIADA
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Livre adaptação do texto de Lewis Carrol

Produção – Daiane Farias
Direção e dramaturgia – professora Dhenise Galvão
Cenografia – professora Carol Narvaez
Sonoplastia e músicas - professor Leandro de Moraes
Efeitos Circenses – professor Ivonildo
Concepção espacial – professor Benilson
Figurinos – Criados pelos próprios alunos
Iluminação – Cauan Victor Lira
Narração (e coordenação de narração) – Igor Tahan Gomes

Prólogo – Alunos do Jardim II e do 1º ano – Gabriel Nunes, Letícia Oliveira, Nikolas Rosenthal, Pablo Henrique, Pedro Nahon, Sara Kauane, Thaysa Rosenthal, Eduardo William, Carolina Wanderlei, Laura Castelo Branco, Letícia Azevedo, Letícia Santos, Luciana Oliveira, Lucas e Pedro César

PERSONAGENS
Narradores: Igor Tahan, Maria Eduarda Fenner, Bárbara Simão
Alices – Alice Palos, Beatriz Casamayor, Sofia Lima, Camila Dayahart, Lívia Holanda
Irmã de Alice – Cecília Naum
Coelho – Felipe Brombal
Flores – Meninas do Jardim 1 – Fernanda Lima, Julia Zanotta, Juliana Furtado, Luísa Pedrosa, Marcela Inneco, Paula Fernanda e Stella Frota
Weedle One – Leonardo Franz
Weedle Two – Pedro Souza
Weedle Three – Vitor Gabriel
Gata de Cheshire – Sofia Lima
Chapeleiro Maluco – Bernardo Amariz e Gabriela Resende
Lebre de Março – Camila Dayahart
Camundongo – Miguel Figueiredo
Pikachu - Maurício Sampaio
Mewtwo – Arthur Godoi
Articuno – Artur Lemos
Irmãs do Chapeleiro Maluco –Eduarda Alencar, Beatriz Casamayor e Cecília Nahon
Rainha de Copas – Sara Machado e Beatriz Casamayor
Rainha Branca – Maria Eduarda Pontes
Soldados de copas – Gabriel Casamayor, Pedro Rosa, Dimitri Santos, Vitor Gabriel e Rodrigo Castelo Branco
Lagarto (Caterpie) – Eduardo Nunes
Pac – Bernardo Amariz
Mike – Artur Lemos
Pokemons variados – Alunos do jardim II, do 1º ano e do 3º ano.

PRÓLOGO
Os alunos entram no centro do palco, se posicionam como bichos e personagens de fantasia. Uma menina dorme e uma fica em pé no centro como narradora da história da Alice. Ela vai começar a contar a sua própria versão de Alice e enquanto ela narra a breve história as crianças vão se transformando nos personagens.
NARRADORA – Era uma vez uma menina que gostava muito de histórias. Um dia, Alice e suas irmãs estavam lendo e dormiram. Nesse sonho Alice viveu as aventuras mais legais de sua vida. A começar por um coelho de colete e relógio.
ALICE – Onde estou? Quem sou? Olha, um coelho de colete e relógio.
IRMÃ – Espere, Alice, volte já aqui. Aonde você pensa que vai?
COELHOS – Estou muito atrasado, puxa vida. É tarde!
ALICES – O coelho está atrasado, deve ser muito importante! Senhor coelho, espere!!!
GATO – Olá menina, para qual lugar você vai? Qualquer caminho que escolher te levará para lá...
CHAPELEIRO MALUCO – Hei menina, você quer encontrar o coelho? Não quer tomar um chá primeiro?
FLORES – Todas as flores podem falar!
RAINHA BRANCA – O coelho é o mensageiro da minha irmã, a Rainha de Copas. Tome cuidado com ela.
LAGARTAS – Você não sabe que tamanho quer ter?
SOLDADOS – Ei menina, o que você está fazendo aqui?
RAINHAS – Cortem-lhe a cabeça!
NARRADORA – Alice correu... correu com medo e depois pensou que tudo foi um sonho.


CENA UM – Alice e Sua irmã conversam
Centro do Palco, um tapete dobrado que será aberto no final da peça. Teatro de arena. As atrizes entram e se sentam de costas uma pra outra. Alice está sentada ao lado de sua irmã. Alice faz um colar de flores, entediada com o falar tagalerativo da irmã que lia um livro.

IRMÃ (lendo) – Charles Lutwidge Dogson, mais conhecido como Lewis Carrol foi um romancista, poeta e matemático britânico. Nasceu na Inglaterra em 1832, no dia 27 de janeiro. Seus primeiros livros abordavam temas como geometria e álgebra...
Alice faz um bocejo.
IRMÃ – Alice! Você quer prestar atenção na biografia que estou lendo!
ALICE – Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?
IRMÃ – Ouça Alice, há muitos e muitos livros nesse mundo sem figuras.
ALICE (distraída) – Eu queria era fazer um colar de margaridas, mas só de pensar em levantar para colher as margaridas me dá uma preguiça.
IRMÃ – Alice? Está sonhando!

Do alto da arquibancada surge o coelho um relógio na mão, olhando as horas várias vezes e muito preocupado.
COELHO – Oh, Puxa, puxa, eu devo estar muito atrasado. Meu Deus, é tarde.
Alice vê o coelho.
ALICE – Ei, coelho (sussurra para a irmã não escutar) Aonde você vai?
COELHO – Para algum lugar.
Alice sobe as escadas atrás do Coelho. Enquanto sua irmã some a procurando pela arquibancada.
IRMÃ – Alice, apareça já aqui!
A irmã da Alice sai para outra direção.

NARRADORES – Vocês viram o que aconteceu? Vocês já viram um coelho de colete e com um relógio na mão? Acharam estranho? Alice não achou nada estranho. E resolveu que queria ir mesmo atrás deste coelho. Só que ela não esperava que fosse encontrar tantas coisas diferentes....

No palco, Alice está sentada com uma garrafa em sua frente escrito BEBA-ME e um pedaço de bolo escrito COMA-ME.
O coelho passa correndo por ela e entra no cenário.
Alice bebe o líquido e guarda o bolo no bolso. De repente ela percebe que está ficando menor. Começa a girar e entra uma outra atriz em seu lugar. Elas se olham em movimento de espelho.

ALICE – Minha nossa, o que aconteceu comigo? Como estou menor. Acho que toda vez que eu comer esse biscoito ou beber este suco vou mudar de aparência. Vou guardar sempre comigo, com certeza vou precisar.

A Alice maior sai e fica a pequena. Muda a atriz de Alice.


CENA DOIS – Jardim de flores
ALICE – Olá! Tem alguém aqui? Será que alguém viu um coelho branco? Mas o que estou fazendo, aqui parece que só tem flores e eu falando sozinha. Ó que margarida mais linda, gostaria que pudesse falar!
FLORES – Pois podemos!
MARGARIDA – Quando há alguém com quem valha a pena conversar.
ALICE – E todas as flores podem falar?
ORQUÍDEA PRETO E BRANCA – Tão bem quanto você. E bem alto.
ROSA – E você poderia nos dizer por que está procurando um coelho branco?
ORQUÍDEA ROSA, ROXA E AZUL – Tudo pode se aprender entre as flores, menina!
ORQUÍDEA BRANCA – Sobretudo as coisas mais importantes dessa vida!
TULIPA CINZA – Quem cheira uma dessas flores sente bater o coração.
ALICE – Vocês são muito engraçadas!
VIOLETA – Qual é a graça, querida?
ALICE – Porque nunca vi uma flor falar, nem tinha visto um coelho branco usando colete e segurando um relógio na mão. Fiquei tão curiosa e queria saber um pouco mais sobre ele.
TULIPA CINZA – Nós falamos e dançamos também!
As flores dançam
ORQUÍDEA ROSA, ROXA E AZUL (se dirigindo à Margarida, sobre Alice) – Eu não me importo com a cor dessa menina, mas se pelo menos suas pétalas se encrespassem um pouco mais, tudo estaria bem com ela.
MARGARIDA – Eu acho que ela devia ter o cabelo cor de rosa!
ORQUÍDEA BRANCA – Como é seu nome?
ALICE – É Alice, e eu não estou gostando de ser criticada. E como vocês podem falar tão bem? Estive em muitos jardins, mas nenhuma flor podia falar. Agora preciso ir.
ROSA – Estranho, eu nunca conheci uma flor chamada Alice.

NARRADORES – Antes de sair, Alice resolve tomar um gole de suco, pois estava com sede. E se transformou novamente em outra Alice.

Muda a atriz de Alice.

CENA TRÊS – A Casa dos trigêmeos Weedles
NARRADORES– (Igor e Cauan, ao estilo DJ, com fones e microfones, e segurando três setas) – Fala aí galerinha aqui é o Igor, e esse aqui do meu lado é o moço Cauan... E assim saiu Alice para procurar o Coelho Branco. Andou, e andou por um longo tempo, e sempre que a estrada se dividia ela encontrava três setas apontando na mesma direção – uma dizia – Por aqui, casa de Weedle One; uma outra, siga para Casa de Weedle Two, e a terceira seta dizia, Casa de Weedle Three, por aqui. Alice resolveu dar uma chegadinha lá para descobrir algo sobre o Coelho Branco.
WEEDLE ONE – Se pensa que somos bonecos de cera, deveria pagar ingresso, não é? Bonecos de cera não são feitos para serem vistos de graça.
WEEDLE TWO – Agora, se pensa que somos vivos, você devia falar alguma coisa.
ALICE – Lamento muito, acreditem.
WEEDLE THREE – Sei o que você está pensando, mas não é isso, de maneira alguma.
WEEDLE ONE – Ao contrário, se era assim, podia ser; e se fosse assim, seria; mas como não é, não é. Isto é lógico.
ALICE – Eu estava pensando se vocês viram o Coelho Branco por aqui.
WEEDLE TWO – Curiosa, você!
ALICE – Eu sou, e daí?
WEEDLE THREE – A gente só perguntou. Aliás, a primeira coisa que a senhora deve fazer numa visita é dizer “Como vai?” e dar um aperto de mão.
Alice oferece biscoitos para eles, eles são muito bagunceiros, mas aceitam. Ela pergunta se pode tirar uma selfie com eles, eles gritam –
WEEDLES – Pokemon go?? Não!!!!!
Os trigêmeos começam a atirar pokebolas de isopor nela e na plateia enquanto ela percebe que vai se transformar em outra Alice e sai correndo.
NARRADORES – E assim Alice aproveitou para sair dessa conversa maluca mais confusa que antes e seguiu caminhando em busca do Coelho Branco. E comendo um biscoito, se transformou em outra Alice, chegou a um local escuro e apenas escutou uma voz vinda de cima das árvores.

Muda a atriz de Alice.

CENA QUATRO – A Gata de Cheshire
GATA DE CHESHIRE – Miau, Olá!
ALICE – Gatinha de CHESHIRE, poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?
GATA DE CHESHIRE – Isso depende muito de para onde você quer ir.
ALICE – Não me importo muito para onde.
GATA DE CHESHIRE – Então não importa o caminho que você escolha.
ALICE – Contanto que dê em algum lugar.
GATA DE CHESHIRE – Você pode ter certeza de que vai chegar se você caminhar bastante.
ALICE – Bem, estou procurando um coelho branco.
GATA DE CHESHIRE – O chapeleiro maluco o conhece. Ele pode te falar onde ele está. Quer que eu te mostre o caminho?
ALICE – Sim, por favor.
NARRADORES – Eles caminharam muito até chegar perto da casa do chapeleiro. Quando chegaram, a gata desapareceu lentamente, começando pelo final do rabo e terminando pelo sorriso que permaneceu por algum tempo depois de o resto sumir. Alice pensou que um sorriso sem um gato era a coisa mais curiosa que ela tinha visto.  Alice aproveitou a caminhada e comeu mais um biscoito.

Muda a atriz de Alice.


CENA CINCO – O chá maluco
NARRADORES – Chegando à casa do Chapeleiro, ela viu uma mesa arrumada, onde a Lebre de Março, o Chapeleiro Maluco, o Ratinho e uns monstrinhos bem fofinhos estavam tomando um chá.
CHAPELEIRO MALUCO – Não tem lugar! Aqui não tem lugar!
ALICE – Boa tarde! Aqui tem muito lugar! Você deve ser o Chapeleiro Maluco, não é? A Gata me disse que você me ajudaria a achar o Coelho Branco.
CHAPELEIRO MALUCO – Oi! O coelho? Você aceita uma xícara de chá?
LEBRE DE MARÇO – Tome um pouco de suco de uva!
ALICE – Mas eu não vejo nenhum suco uva.
PIKACHU – Pika! (dá língua). Não gosto de suco!
LEBRE DE MARÇO – Não tem nenhum mesmo.
ALICE – Então não é muito educado da sua parte oferecer!
CAMUNDONGO – (acordando) É claro, é claro, é justamente o que eu ia dizer.
LEBRE DE MARÇO – E não é educado sentar-se sem ser convidada.
ALICE – Sim, aceito. Então, onde ele esta?
CHAPELEIRO MALUCO – Eu não sei. Hoje é seu aniversário?
ALICE – Não.
CHAPELEIRO MALUCO – Então, minha querida, feliz desaniversário!
LEBRE DE MARÇO – Hoje é o de... sani... versário dela?
PIKACHU – Vamos comemorar!!! Viva!
CAMUNDONGO – É sim. Vamos cantar uma música.
TODOS – Feliz desaniversário pra você, pra você, pra você. (cantam estilo heavy metal)
COELHO – Oh, minhas orelhas! Ah, minhas orelhas estão no lugar. Nossa, como está ficando tarde.
CHAPELEIRO MALUCO – O Coelho! O Coelho!
MEWTWO – O coelho! Pega ele!!!
ALICE – É verdade! O Coelho! Hei, Coelho, volte aqui.
COELHO – Puxa vida, eu não posso, ela vai me matar se a fizer esperar. (Sai).
ALICE (levantando-se) – Bem, muito obrigada pelo chá maluco, senhor Chapeleiro! Aceitam um cookie? (Alice come)
CHAPELEIRO MALUCO – Chá?
LEBRE DE MARÇO – Maluco?
ARTICUNO – Ah não, ela foi embora!

Muda a atriz de Alice.

CENA SEIS – A assustadora Rainha de Copas
NARRADORES – Enquanto Alice tentava apenas fugir daquela conversa maluca, no castelo de copas a Rainha desconfiava das irmãs do Chapeleiro Maluco, que eram suas prisioneiras. A Rainha sempre desconfiava de alguém, isso quando não desconfiava de tudo e de todos.
RAINHA DE COPAS – Alguém roubou a minha torta de frutas vermelhas. Foi você?
IRMÃ DUDA MALUCA – Não, por favor, Vossa Majestade, não fui eu.
RAINHA DE COPAS – E você?
IRMÃ BIA MALUCA – Ninguém pode provar que fui eu. Jamais, nunca!
RAINHA DE COPAS – Se você não comeu, apenas torna a situação pior para você. Pois com certeza você estava fazendo alguma coisa de errado enquanto alguém comia a minha torta. (Para a irmã FENNER MALUCA) E você? O que você sabe a respeito do caso?
IRMÃ BIA MALUCA – Nada!
RAINHA DE COPAS – Nada de nada?
IRMÃ BIA MALUCA – Nada de nada!
RAINHA DE COPAS – Isso é muito importante!
IRMÃ DUDA MALUCA – Desimportante é o que Vossa Majestade quer dizer, claro!
RAINHA DE COPAS – Desimportante, é claro, foi o que quis dizer. (A Rainha continua refletindo) Importante... Desimportante... Desimportante... Importante...
IRMÃ CECÍLIA MALUCA – Mas isso não tem a menor importância!
RAINHA DE COPAS – Foi você! Tem um pedaço de torta na sua boca!!! Essa é a prova mais importante que temos aqui e isso prova a sua culpa, logicamente! Portanto, cortem-lhe a cabeça!



CENA SETE – A doce Rainha Branca
NARRADORES – Enquanto a Rainha discutia com suas prisioneiras, as irmãs do Chapeleiro Maluco, para saber quem roubou sua torta, Alice viu um lindo castelo branco, cheio de cristais. Aproximou-se mais e tocou a campainha.
RAINHA BRANCA – Olá, docinho, o que deseja?
ALICE – Olá, moça! Estou procurando um coelho branco.
RAINHA BRANCA – O mensageiro da minha irmã, a Rainha de Copas.
ALICE – Tem como você me levar lá?
RAINHA BRANCA – Não, nós nos odiamos.
ALICE – Você pode, pelo menos, me levar até a porta do castelo?
NARRADORES – O que Alice não tinha entendido direito é que estava falando com a Rainha Branca, uma Rainha doce e muito inteligente. A Rainha Branca, era, além de tudo, gostava muito de charadas e em versos.
RAINHA BRANCA – Escute, minha querida Alice, posso leva-la ao castelo da Rainha de Copas, mas apenas se você adivinhar esta charada –
Um tipo de peixe que pode ser pescado até por um bebê, creio eu. Para cozinhar este tipo de peixe não leva mais de um minuto. Coloque ele no prato, isto é fácil, porque ele já está lá...
Agora, tirar a tampa que cobre este peixe é tarefa tão difícil que acho que você não vai conseguir. A tampa dele se agarra como cola. A tampa está colada ao prato e o peixe está lá dentro! Agora me diga, o que é mais fácil, descobrir o peixe ou a charada?
ALICE – Já sei! Vossa Majestade, se trata de uma ostra!!!!!!
RAINHA BRANCA – Certo, querida Alice, você acertou, procure os caçadores que irão levar você ao castelo que procura.
NARRADORES – Alice não sabia quem seriam os caçadores, mas permaneceu parada observando e viu rapazes falando de caçar Pokemons. Vocês não podem imaginar que aventuras estão para acontecer quando Alice encontra no meio do caminho jovens caçadores de Pokemons.

CENA OITO – A batalha Pokemon

PAC – Fala aí galerinha, fala moço Mike, está um grande dia para aproveitar o sol!
MIKE – Pac, enquanto você curte o sol os caçadores estão pegando mais pokemons. Eu acho que um treinador de pokemons pode capturar pokemons e curtir o sol.
LIDIA – (correndo em direção a eles) Hei, esperem um pouco! Aonde vocês pensam que vão?
PAC – Eu sei exatamente para onde a gente está indo, para uma batalha pokemon.
PIKACHU – Pika! Adoro batalhas!!!
ALICE – (que assistia a tudo de longe) – Mas a troco de que vocês vão para uma batalha?
MIKE – Não é da sua conta!
PAC – Quem é você? Não é mesmo da sua conta, mas nós vamos atrás de mais insígnias.
LÍDIA – Pac, você tem certeza? Essas batalhas têm fantasmas pokemons muito assustadores.
PAC – Meninas, vamos conosco. Vocês podem nos ajudar e eu preciso de mais insígnias de treinador.
MIKE – Faz muito sentido!
NARRADORES – Pac, Mike, Lídia, Alice e o amiguinho Pikachu caminham para o Ginásio de Unova, onde encontram o Templo do Mew que estava protegido por Mew, Mewtwo, e vários pequenos pokemons.
Entram as crianças do Jardim II com roupas coloridas, gorros e chapéus diferentes, fazendo movimentos de pokemons.
MEW – Eu já sei! Pac, Mike, Lídia e Alice e esse Pikachu querem nos capturar! Mas para isso primeiro precisarão capturar nossos pokemons.
MEWTWO – (Com voz assustadora) Mewtwo é meu nome e só poderão nos capturar se forem os melhores caçadores de pokemon!
LÍDIA – Ai Pac, é melhor voltarmos!
PAC – Lídia, não se preocupe, eu sei o que fazer.
MIKE – Peguem suas pokebolas!
ALICE – O que é uma pokebola?
LÍDIA – São essas bolas que você captura pokemons.
NARRADORES – Então os amigos de Alice, Pac, Mike e Lídia, com ajuda do Pikachu, começam a capturar todos os pokemons pequenos. E eles são realmente bons nisso!
MEW – Mewwwww!
MEWTWO – Agora quero ver nos capturarem!
Pac tenta capturar Mew.
MEW – Boa tentativa, amiguinho.
Mike tenta capturar Mewtwo.
MEWTWO – Boa tentativa!
PIKACHU – Pokebola, vai!
Alice pega em sua bolsa duas marsterballs que encontrou no meio do caminho e entrega uma para Lídia. Lídia e Alice conseguem então capturar Mew e Mewtwo e eles entregam para os caçadores um colar de insígnia para cada um.

NARRADORES – Alice assim se tornou uma caçadora máster de pokemon, e com seu colar de insígnias poderia enfrentar a Rainha de Copas sem correr riscos. Os seus novos amigos a levaram então para o castelo da Rainha onde ela poderia encontrar o Coelho Branco. Chegaram ao castelo da Rainha de Copas e se despediram! Alice bateu na porta e foi atendida por um soldado. Este a levou para falar com a Rainha de Copas.

CENA NOVE – Os Soldados atrapalhados
RAINHA DE COPAS – Entre já!
ALICE – Olá, majestade! Gostaria de falar com o Coelho Branco.
RAINHA DE COPAS – Ele não está, volte mais tarde, antes que eu corte sua cabeça!
NARRADOR ÁRVORE – Alice, assustada, saiu e foi para os jardins do castelo, lá viu os soldados pintando rosas brancas em vermelhas.
SOLDADO SETE – Cuidado, cinco! Não jogue tinta em mim!
SOLDADO TRÊS – Eu não tive culpa, o As empurrou meu cotovelo!
SOLDADO AS – Muito bem, Cinco! Sempre colocando a culpa nos outros!
SOLDADO CINCO – É melhor você não falar nada, ontem mesmo eu ouvi a Rainha dizer que você merecia ser decapitado!
SOLDADO NOVE – Por quê?
SOLDADO AS – Não é da sua conta, Nove!
ALICE – Posso ajudar?
SOLDADO SETE – Sim, venha! Toma os pincéis e a tinta vermelha.
ALICE – Mas vocês podem me dizer por que estão pintando essas rosas?
O Cinco e o Sete não responderam, mas olharam para o três. Este começou a explicar em voz baixa.
SOLDADO SETE – Sabe, menina, aqui devia estar uma roseira vermelha, mas nós nos enganamos e plantamos algumas brancas.
SOLDADO CINCO – Se a Rainha descobrir manda cortar nossa cabeça, entende?
SOLDADO NOVE – Por isso, estamos fazendo o melhor que podemos, antes que ela venha para...
ALICE – Entendi. Bem, vou ajudar vocês para andar mais rápido.
NARRADORES – A Rainha de Copas decidiu andar pelo jardim e viu os soldados e Alice pintando as rosas. A Rainha ficou enfurecida e deu um grito assustador.
RAINHA DE COPAS – O que é isso?
SOLDADO SETE – São as rosas de Carmim, Vossa Majestade.
RAINHA DE COPAS – Vocês a pintaram de vermelho! Cortem a cabeça de todos!
NARRADOR – O caldo azedou!
TODOS OS SOLDADOS – Deu ruim!
SOLDADO SETE (discretamente) – Vixi, lascou-se!
SOLDADO CINCO – A culpa é da árvore!
A Rainha pega um biscoito da mão da Alice, come e começa a se transformar em outra pessoa. Entra em cena Sara como Rainha de Copas no lugar de Bia que parece gostar de sua nova aparência e repete novamente a ordem de cortar a cabeça de todos os soldados.

Nesse instante aparecem a Lagarta Caterpie, o Chapeleiro que encontra suas irmãs e vários soldados.

CENA DEZ – O conselho da Lagarta - Caterpie
LAGARTA – Não façam isso!
RAPINHA DE COPAS – Quem acha que eu não devo cortar as cabeças desses soldados?
ALICE – Eu acho que...
CHAPELEIRO MALUCO – Cala a boca, menina, para de falar!
LAGARTA (para Alice) – Quem é você?
ALICE – Eu não sei muito bem – eu sabia quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que mudei demais.
RAINHA DE COPAS – O que você quer dizer com isso? Explique-se!
CHAPELEIRO MALUCO – Ô menina, agora é melhor apresentar uma excelente defesa, senão.....
ALICE – Eu não posso explicar, Majestade, porque eu não sou eu mesma, vê?
LAGARTA – Eu não vejo.
ALICE – Eu mesma não consigo entender, ter tamanhos diferentes em um dia é muito confuso, conhecer pessoas tão estranhas e malucas, tudo isso é muito confuso.
LAGARTA – Não é, isso é normal até demais.
CHAPELEIRO MALUCO – É verdade, é absolutamente normal.
ALICE – Bem, talvez você não ache isso ainda, mas quando virar uma borboleta você vai se sentir estranho, não vai?
LAGARTA – Nem um pouco.
CHAPELEIRO MALUCO – E eu? Nunca vou virar uma borboleta....
IRMÃ DUDA – Fica quieto, você não tem como virar uma borboleta! Você é apenas um chapeleiro!
ALICE – Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes.
LAGARTA – Você! Quem é você? Ainda não me disse.
NARRADORES – A conversa de Alice com a Lagarta parecia voltar novamente para o início, o que deixou Alice bastante irritada com essas pequenas observações. Alice estava muito chateada e pensando em ir embora.
LAGARTA – Espere! Volte! Tenho algo importante para dizer. Mantenha a calma. Então você acha que mudou, não é? De que tamanho você quer ser?
ALICE – Eu não ligo para qual tamanho, apenas um que não fique mudando sempre.
IRMÃS DO CHAPELEIRO – Majestade, eles te desobedeceram.
LAGARTA – (gritando muito nervoso) Eu já disse! Mantenham a calma! Todos merecem uma segunda chance!
TODOS OS SOLDADOS – Não, majestade, corte a cabeça.
LAGARTA – Não!
NARRADORES - Alice saiu correndo com medo. Viu sua cama e correu mais ainda.

CENA ONZE - FINAL
IRMÃ – Acorda, Alice!
ALICE – Oh, foi um sonho.
IRMÃ – Nossa, que sono pesado você teve!
ALICE – Puxa, que sonho estranho eu tive.
NARRADORES – Alice contou para sua irmã, tão bem quanto pôde lembrar, as estranhas aventuras que vocês acabaram de ver. Sua irmã escutou atentamente, mas não levou muito a sério.
IRMÃ – Foi um sonho curioso, certamente, querida irmã, mas agora apresse-se, pois estamos na hora do chá.
NARRADORES – E Alice assim se apressou para tomar o chá que tanto gostava, pensando que realmente tinha tido um sonho maravilhoso. Mas sua irmã não se levantou. Ficou sentada ali imaginando o sonho de Alice, e de repente cochilou. E começou a sonhar. Primeiro via o Coelho Branco, e logo depois as Flores Falantes, depois aparecia a Rainha, e junto dela seus soldados e seus sapos, e a Rainha Branca, viu também os trigêmeos Weedles, e o Chapeleiro, a Lebre, o Camungondo dorminhoco e a Gatinha Cheshire, a Lagarta e por último, vários pokemons... e finalmente ela imaginou como sua irmãzinha, Alice, no futuro, se transformaria em uma mulher adulta mantendo sempre seu coração simples e afetuoso da infância, lembrando sempre de suas histórias fantásticas do sonho com o País das Maravilhas.

(Todos os personagens estão em cena, enfileirados, e agradecem juntos à plateia. Alice entra por último e vem à frente).
FIM

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