quarta-feira, 10 de junho de 2020

Shakespeare Integral


Sempre quis estudar mais sobre Shakespeare. Eu sentia uma certa frustração por ter tantos anos de teatro, um Mestrado em Artes com linha de pesquisa teatral sobre a montagem de Um Homem é um Homem de Brecht, pelo Grupo Galpão, mas um conhecimento tão raso das obras de Shakespeare.

Como uma profissional do teatro tão amadurecida podia saber tão pouco??

E essa foi a motivação inicial para o trabalho de 2013.

Comecei 2013 grávida, entrando em licença maternidade no primeiro semestre e foi nesse período em que comecei a elaborar o projeto para um espetáculo shakespeareano.

Para trabalhar os alunos, estudei bastante sobre o método Stanislavski e o que eu poderia aproveitar para ensinar meus alunos.

Foram 4 meses de licença maternidade e foi o tempo necessário para criar meu projeto (definitivamente não gosto de ficar sem trabalhar).

A estratégia consistia em usar uma adaptação bem resumida - aproveitando as falas clássicas que a maioria das pessoas reconhece - entender, compreender, estudar trechos das obras originais, estudar adaptações para todas as idades.

O que me deu segurança para este trabalho bem sintetizado foi o conhecimento prévio de Hamlet em 15 minutos, de Tom Stoppard.

Aliás, o que eu já conhecia de Shakespeare eram os populares: Hamlet, Romeu e Julieta, Otelo, Sonhos de uma Noite de Verão, Rei Lear, A Tempestade, Coriolano, Antônio e Cleópatra, e Muito Barulho por Nada.

Em tempo, como esgrimista e com uma vasta experiência em esgrima artística, eu acreditei que teria as ferramentas necessárias para fazer um excelente espetáculo.

O que estudei e aprendi junto com meus alunos além das obras que eu já tinha um conhecimento prévio: Mercador de Veneza, Medida por Medida, Ricardo III, a Henriade toda, Macbeth, e A Megera Domada.

Para explicar para as crianças mais novas sobre a saga do herói e os elementos de uma tragédia me vali de muita analogia aos desenhos mais famosos como comparar Rei Leão 1 com Hamlet, Rei Leão 2 com Romeu e Julieta... e por aí vai...

Foi um ano divertido. No final do espetáculo, decidimos que todos iriam morrer em uma grande batalha.

Na véspera da apresentação a diretora da escola e a minha coordenadora me perguntaram se eu tinha certeza se poderia apresentar e que, como eu havia ganhado neném, eu não precisaria me preocupar com resultado final naquele ano.

Não titubeei: SIM! 

Realmente achei que eu poderia ser demitida no dia seguinte... colocando crianças para interpretarem Macbeth, invertendo gêneros em A Megera Domada... mas... recebi muitos aplausos e lágrimas. 

Meus alunos e eu formávamos uma grande equipe de artistas.

Segue abaixo a adaptação que fiz para as obras de Shakespeare em 2013:

Lembrem-se, se forem utilizar qualquer trecho ou a versão integram, coloquem meu nome nos créditos e me avisem!!!


SHAKESPEARE INTEGRAL
Compilação adaptada de textos de William Shakespeare
Por Dhenise de Almeida Galvão
Para o Curso de Teatro do Ensino Integral do Sigma 606 norte - 2013

Apresentação na voz de Márcia Furtado
Senhoras e senhores, respeitável público,
É com imenso prazer que anuncio o espetáculo do curso de teatro do ensino integral do colégio Sigma de 2013: Shakespeare Integral.
Neste ano a equipe de teatro em conjunto com a coordenação pedagógica desenvolveu um estudo aprofundado com os alunos sobre a vida e obra de William Shakespeare. Estudaram técnicas de interpretação, voz e até de esgrima para representarem este espetáculo que é uma compilação de três das principais obras do autor inglês: A Megera Domada, Romeu e Julieta e Hamlet.
Solicito que desliguem ou coloquem no silencioso os aparelhos eletrônicos e peço que façam bastante silêncio para que a voz de nossos atores cheguem a todos.
Tenham todos um bom espetáculo.

CENA 1 – Abertura:
PERSONAGENS (9):
RICARDO III
HAMLET
PRÓSPERO
NARRADOR 1
NARRADOR 2
NARRADOR 3

Ricardo III – Meu Reino por um cavalo!
Hamlet – Ser ou não ser, eis a questão
Próspero – Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos
Narrador 1 – Essas frases foram criadas por William Shakespeare, grande escritor, poeta e dramaturgo inglês que viveu em fins do século XVI e início do XVII.
Narrador 2 – Peraí, o que significa dramaturgo?
Narrador 1 – Ora, você não sabe o que é um dramaturgo?
Narrador 2 – Deixa eu pensar... Dramaturgo é a pessoa que escreve peças de teatro?
Narrador 1 – A palavra vem de “drama”, que significa “ação”, quer dizer, um texto escrito para ser atuado, encenado!
Narrador 2 – Ah, entendi...
Narrador 3 – Shakespeare começou escrevendo comédia e depois passou para as tragédias, que são as mais famosas.  A peça que vamos ver agora é uma comédia. Que conta a história de uma moça chamada Catarina que é uma megera que ninguém quer casar, mas aí o pai faz um acordo lá pra casar com ela. 
TODOS – Com vocês, A Megera Domada!

CENA 2 – A Megera Domada.
PERSONAGENS (9):
GRÊMIO, Pretendente de Bianca
HORTÊNSIO, Pretendente de Bianca
BATISTA, rico gentil-homem de Pádua. Pai de Bianca e Catarina
PETRUCCHIO, gentil-homem de Verona, pretendente de Catarina. 
CATARINA, a megera
BIANCA, doce irmã de Catarina
LUCÊNCIO, filho de Vicêncio, apaixonado de Bianca.
TRÂNIO, amigo de Lucêncio
CRIADO
VIÚVA

(Batista de braços dados com as duas filhas. Encontra Grêmio e Hortênsio lutando)
GRÊMIO – Oh, a doce Bianca será minha!
HORTÊNSIO – Nisso sou seu rival, e minha esposa ela será!
BATISTA — Cavalheiros, conheceis o meu propósito: não casar minha caçula, Bianca, sem que a mais velha tenha se casado. Preciso de alguém para se casar com Catarina.
GRÊMIO — Então Hortênsio, você não queria se casar?
HORTÊNSIO — De uma demônia dessas, Deus nos livre!
BATISTA — Senhores, caso conheçais alguém, mandai que me procure logo.
GRÊMIO — Que mulher essa Catarina, ninguém na cidade suporta ela.
HORTÊNSIO — Vamos nos juntar para arranjar um marido para Catarina e depois voltamos a brigar por Bianca.
GRÊMIO — Acho difícil, mesmo o pai sendo muito rico.

(Casa de Petrucchio.)
 HORTÊNSIO — Bom Petrucchio, conheço alguém que pode ser sua esposa. Ela é bem rica. Seu único defeito é ser brava, teimosa e cabeçuda sem medida.
PETRUCCHIO — Rica? Dize-me o nome do pai dela, e pronto.
HORTÊNSIO — O pai da jovem é Batista Minola, e o nome dela Catarina Minola.
HORTÊNSIO — Vamos juntos então, pois sua filha mais nova, Bianca, é o meu tesouro.
GRÊMIO — Catarina goela: o pior nome para uma donzela.

(casa de Batista. Entram Catarina e Bianca.)
 BIANCA — Solte-me, irmã!
CATARINA — Qual dos pretendentes à tua mão dedicas mais afeto?
BIANCA — Nenhum!
CATARINA — Bonequinha, é mentira. E Hortênsio?
BIANCA — Pode ficar com ele!
CATARINA — Agora entendo: prefere Grêmio, por ser rico!
BIANCA — Você gosta dele? Pare de me ameaçar!
 (Bate-lhe. Entra Batista.)
BATISTA — Que é isso, Catarina?

(Entram Petrucchio e Hortênsio)
PETRUCCHIO — Bom dia, meu Senhor. Por obséquio: não tendes uma filha encantadora e virtuosa de nome Catarina? Senhor, sou Petrucchio.
BATISTA — Seja bem-vindo.

(Entra Lucêncio e fala antes que Hortênsio se apresente)
LUCÊNCIO — Perdão, senhor, mas a ousadia é minha, pois, apresento-me como pretendente à mão da bela e virtuosa Bianca.
BATISTA — Sois quem? De que cidade vindes?
LUCÊNCIO — De Pisa sou, e filho de Vicêncio, chamo-me Lucêncio.
BATISTA — Sois bem-vindo.
PETRUCCHIO — Senhor Batista, o senhor tem muitas terras para deixar de herança?
BATISTA — Sim, mas depois do sim da noiva, porque isso é tudo.
PETRUCCHIO — Ora, isso é nada.

(Petrucchio encontra Catarina)
PETRUCCHIO — Sois bem-vinda, Quetinha. Esse é o vosso nome; não é isso mesmo?
CATARINA — Sois lerdo para ouvir; é Catarina.
PETRUCCHIO — Por minha alma, desejo-te para esposa.
CATARINA — Saia daqui!
PETRUCCHIO — Quetinha; voltai; sou um cavalheiro.
CATARINA — Vou ver isso. (Bate-lhe.)
PETRUCCHIO — Se me bateres novamente, juro que te darei um murro. Quetinha mansa, e tão amável como as Quetinhas donas de seus lares.

(Petrucchio e Catarina ficam discutindo sem som, e entram Trânio e Lucêncio)
LUCÊNCIO — Ó Trânio, eu morro se não casar com esta meiga jovem. Aconselha-me, amigo Trânio; sei que o podes.
TRÂNIO — Tem certeza que isso é amor? Você ficou tão apaixonado que não percebeu a coisa mais importante!
LUCÊNCIO — Oh! vi suave beleza no seu rosto.
TRÂNIO — Não viu mais nada? O pai delas só vai deixar Bianca se casar depois que conseguir arrumar um marido para a mais velha, que é uma bruxa maligna.
LUCÊNCIO – Oh, Trânio, meu amigo, por que você não se candidata a pretendente de Catarina para me ajudar?
TRÂNIO – Eu? Como assim? (Pretucchio escuta o nome “Catarina” e apunhala Trânio)

(Petrucchio coloca um anel em Catarina. Voltam Batista, Grêmio e Lucêncio.)

(Saem Petrucchio e Catarina por lados diferentes.)
GRÊMIO — Já houve noivado assim tão apressado?

(Entram Bianca e o Criado.)
 CRIADO — Senhora, vosso pai disse que deixeis os livros, para ajudardes a enfeitar o quarto de vossa irmã, pois amanhã é o dia do casamento dela.
BIANCA — Adeus, senhores; precisarei deixar-vos.
(Sai Bianca e o criado.)
LUCÊNCIO — Vou também. (Sai.)
HORTÊNSIO — (Se referindo a Lucêncio) Pedante! (Sai.)

(Diante da casa de Batista. Entram Batista, Grêmio, Catarina, Bianca, Lucêncio e criado.)
 BATISTA (a Lucêncio) — Hoje é o dia das núpcias de Petrucchio com Catarina, mas onde está o noivo?
CATARINA — Que vergonha, imagino todos comentando que nem meu noivo quis se casar comigo. (chora).
LUCÊNCIO — Paciência, Catarina; Petrucchio é homem honesto, vai chegar.

(Entra Grêmio.)
GRÊMIO — Senhor, senhor! novidade! Petrucchio vem vindo aí com um chapéu novo e um casaco velho.

(Entram Petrucchio e Grúmio.)
PETRUCCHIO — Então, meus elegantes? Todos prontos?
GRÊMIO — Petrucchio está catarinado.
LUCÊNCIO — Que casamento louco. Agora preciso da permissão paterna para ter o amor de Bianca.
BATISTA — Agora anuncio Lucêncio como noivo de Bianca.
HORTÊNSIO — Eu vou é me casar com uma viúva qualquer!
(Afastam-se.)
CATARINA — Que vestido bonito. Quereis fazer de mim uma boneca?
 PETRUCCHIO — Uma boneca, justamente.

(Todos na casa de Batista)
 LUCÊNCIO — Até que enfim estamos todos reunidos. E eu, com minha bela Bianca! Vamos conversar!
BIANCA — Com licença, vou dormir.
BATISTA — Petrucchio, sinceramente, você ficou com a pior megera.
PETRUCCHIO — Duvido. Vamos apostar? Cada um de nós mande chamar a esposa. A que se revelar mais obediente e chegar mais rápido, ganha.
HORTÊNSIO — Muito bem.
LUCÊNCIO — Fechado.
HORTÊNSIO — Quem começa?
LUCÊNCIO — Eu! Criado, chame Bianca.
CRIADO — Perfeitamente. (Sai e volta.) Ela mandou dizer que está ocupada e que não pode vir.
PETRUCCHIO — Como! Ocupada? Não pode vir?
GRÊMIO — Que gentileza! (Ri)
PETRUCCHI0 — Espero uma melhor.
HORTÊNSIO — Corre, criado, chame a minha esposa.
(Criado sai e volta. Viúva grita da cochia)
VIÚVA – Hortênsio, pare de me chamar, se você quiser mesmo falar comigo venha até aqui!
PETRUCCHIO — Ah, que vergonha! Criado, ordeno que Catarina venha agora!
(Criado sai. Todos fazem cara de que sabem que Catarina não aparece. O criado volta com ela.)
CATARINA — Senhor, qual é vossa vontade?
PETRUCCHIO — Onde estão Bianca e a viúva de Hortênsio?
CATARINA — Conversando na cozinha.
 LUCÊNCIO — É um milagre!
BATISTA — Petrucchio, ganhaste a aposta; Catarina parece outra.
PETRUCCHIO — Vamos embora, Quetinha!
(Saem Petrucchio e Catarina.)
HORTÊNSIO — Vai saindo; domaste uma megera.
LUCÊNCIO — É de admirar, pois furiosa ela era. (Saem.)

CENA 3 –
PERSONAGENS (6):
NARRADORA 5
NARRADORA 6
NARRADORA 7
NARRADOR A
NARRADOR B

NARRADORA 5 - Você viu que engraçado os meninos fazendo papel de Bianca e Catarina?
NARRADORA 6 - Então você não sabe?
NARRADORA 5 - Não sei o que?
NARRADORA 6 - Que na época de Shakespeare os papéis femininos eram interpretados por homens? As mulheres não atuavam?
NARRADORA 5 - Isso foi na época de Shakespeare! Você sabe em que época estamos???
NARRADORA 7 – Isso não importa, o que importa é nossa próxima peça que foi a mais famosa de todos os tempos e já foi apresentada de todo jeito, até de perna de pau.

(Entram dois narradores de pernas de pau)
 NARRADOR A - Na cidade de Verona, na Itália, há muito tempo viviam duas famílias inimigas: Os Montéquio e os Capuleto.
NARRADOR B - Todos os dias havia provocações e brigas entre pessoas dessas famílias. Até que o príncipe de Verona resolveu acabar com aquela confusão e proibiu todas as brigas e duelos na cidade!
TODOS – Com vocês, Romeu e Julieta!

CENA 4 - Romeu e Julieta
PERSONAGENS (13):
ROMEU
JULIETA
AMA
SRA CAPULETO (Pai de Julieta)
SENHOR CAPULETO (Mãe de Julieta)
TEOBALDO (Primo de Julieta)
PRÍNCIPE DE VERONA
FREI LORENÇO
BENVÓLIO (Primo de Romeu)
MERCUCIO (Primo de Romeu)
MENSAGEIRO
BOTICÁRIO
SENHOR MONTECCHIO

(Benvólio e Mercúcio aparecem)
BENVÓLIO - Coitado de Romeu, anda muito triste apaixonado por Rosalina. O que podemos fazer por ele?
MERCÚCIO - Tive uma ideia, vamos na festa à fantasia dos Capuleto. Como estaremos fantasiados, eles nunca vão saber que nós, Montecchio, estivemos na festa.

(Festa a fantasia na casa de Julieta Capuleto. Entram Julieta com seus pais, sr e sra Capuleto com máscaras e roupas vermelhas)
SR CAPULETO - Sejam bem-vindos à nossa festa à fantasia.
ROMEU (Fantasiado, vô Julieta e pergunta para um criado) - Que bela dama é aquela?
BENVÓLIO - Desconheço-a, meu senhor.
ROMEU - Quanta beleza, ah o amor.

**
TEOBALDO - Reconheço essa voz, é um Montecchio.
SRA CAPULETO - O que houve, meu sobrinho Teobaldo?
TEOBALDO (Apontando para Romeu) - Tia, aquele é Romeu. Eu quero a minha espada. Não o suporto.
SR CAPULETO - Terás de suportá-lo, meu sobrinho, pois as brigas estão proibidas.

**
(Romeu passa por Julieta e dá um beijo em sua mão com ar de apaixonado)
JULIETA - Esse é o beijo mais santo e conveniente.
AMA - (Chega e afasta os dois) - Senhorita, sua mãe está chamando.
ROMEU - E quem é a sua mãe? (Perguntando para Julieta)
AMA - É a dona desta casa!
ROMEU - Uma Capuleto?

**
MERCUCIO - Vamos embora, a festa acabou.

(Saem Romeu, Benvólio e Mercucio por um lado, os outros pelo outro lado. Ficam em cena Julieta e Ama)
JULIETA - Ama, quem é aquele jovem?
AMA - Chama-se Romeu e é um Montecchio.
JULIETA - Ah, o amor briga comigo. Estou apaixonada pelo inimigo.

**
(Cena do Balcão - Julieta na varanda de sua casa e Romeu debaixo meio escondido)
JULIETA - Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses? Que é Montecchio? Romeu, risca teu nome e fica comigo inteira!
ROMEU (Surpreendendo Julieta) - Sim, aceito tua palavra, de agora em diante não serei Romeu.
JULIETA - O que queres aqui? Podem te matar!
ROMEU - Quero teu voto fiel de amor!
JULIETA - Já o tem, agora vai.

AMA (Chamando de dentro) - Senhorita Julieta, com quem está conversando?

JULIETA (Para Romeu) - Vá, amanhã de manhã te envio um recado. Boa noite mil vezes.

**
(Frei Lourenço e Romeu conversam na igreja)
ROMEU - Bom dia, meu bom padre.
FREI LOURENÇO - Tão cedo? Ainda está apaixonado por Rosalina?
ROMEU - Já esqueci esse nome. Vou me confessar: fui à festa na casa do meu inimigo e agora amo a filha do rico Capuleto.
FREI LOURENÇO - Por São Francisco, que mudança é essa? Quem sabe essa bela aliança faça mudar esse ódio entre as famílias, que não cansa.
ROMEU - Então me ajude logo, estou com pressa!
FREI LOURENÇO - Cuidado, quem corre demais tropeça!

(Saem)
**
NARRADOR A - Então o Frei Lourenço juntamente com a Ama organizaram o casamento de Romeu e Julieta em segredo, na esperança que os conflitos em Verona acabassem.
NARRADOR B - E os dois então se prepararam para o casamento. Só que aconteceu uma confusão na praça da cidade.

**

(Praça - Benvólio e Mercúcio conversam e chega Teobaldo)
TEOBALDO - Meercuccio e Benvólio, estou procurando Romeu. Vocês viram?
BENVÓLIO - Mercúccio, vamos sair daqui!
MERCUCCIO - Daqui não dou um passo.

(Entra Romeu)
TEOBALDO - Romeu, eu te desafio. Arranca a espada e se prepara, pois eu te odeio.
ROMEU - Teobaldo, eu não te odeio, pois quero que saiba que gosto do nome Capuleto.
MERCUCCIO - Eu resolvo isso (desembainha a espada). Teobaldo, seu rato, luta comigo.

(Teobaldo saca a espada e luta com Mercuccio, Mercuccio morre. Benvólio vai procurar ajuda e Teobaldo luta com Romeu. Teobaldo morre. Benvolio volta)
BENVOLIO - Foge, Romeu. Teobaldo está morto. O príncipe vai te condenar à morte.

(Chega a senhora Capuleto e o príncipe de Verona)
SENHORA CAPULETO - Eu te peço justiça! Romeu matou Teobaldo e deve morrer!
PRÍNCIPE - Mas Teobaldo matou Mercucio antes, quem deve pagar?
SENHORA MONTECCHIO - Não meu filho, Romeu, senhor, ele era bom e tenho certeza que queria evitar a briga.
PRÍNCIPE - Então Romeu deve partir daqui imediatamente. Se ele voltar para Verona irá morrer.

**

(Ama e Julieta)
AMA - Teobaldo foi assassinado e Romeu, banido!
JULIETA - Como?
AMA - Corre, Romeu está escondido na cela do Freio Lourenço!

(Julieta abraça Ama e chora desesperada - do outro lado do palco Romeu chora com Frei Lourenço. Romeu e Julieta se encontram no meio do palco. Julieta coloca uma aliança no dedo de Romeu. Eles se abraçam apaixonados. Romeu sai correndo por um lado e Julieta por outro, num clima bem trágico).

Julieta está sozinha em seu quarto com o frasco de veneno falso.
JULIETA – Vou tomar este falso veneno para que pensem que estou morta e assim vou encontrar Romeu.
Ama entra no quarto, vê Julieta e grita desesperada.
AMA – Julieta está morta! Não!
Todos os Capuleto passam de véu preto na cabeça para velar Julieta no centro do palco. Alguns levam Julieta até o centro. Todos choram e saem. Fica Julieta.
No canto Romeu encontra um mensageiro.
MENSAGEIRO – Romeu, Julieta vive agora entre os anjos. Está no sepulcro dos Capuletos. Perdoai-me por trazer tal notícia.
Romeu corre até o Boticário e compra um veneno.
BOTICÁRIO – Se tomares este veneno, ainda que tenha a resistência de vinte homens, caireis de pronto morto.
Romeu chega até Julieta, vê ela morta e toma o veneno. Morre ao seu lado. Julieta acorda, vê Romeu morto, chora, pega o punhal de Romeu e crava em seu próprio peito.
Chegam de um lado os Capuletos, de outro os Montecchios. Todos choram. Senhor Capuleto abraça o senhor Montecchio.
SENHORA MONTECCHIO – Eles são vítimas de nossa inimizade. Mandarei fazer uma estátua de Julieta no mais puro ouro.
PRÍNCIPE DE VERONA – Esta manhã nos trouxe a paz de maneira sombria. Que a triste história de Romeu e Julieta seja lembrada por nós todo dia.

CENA 5
Parte 1
Juliana - Bruxa 1 - quando nos encontraremos novamente? Na miséria ou na desgraça?
Isabela - Bruxa 2 - Quando a guerra terminar.
Ana Clara - Bruxa 3 - Ela terminará nesta tarde.
Carol - Lady Macbeth - Cumprimente o rei com uma expressão de boas-vindas em seus olhos, suas mãos e suas palavras. 
Aghata - Você deve olhar como uma flor inocente, mas ser como a serpente. 
Enzo, Pedro e Lucas (Assassinos) - Estamos prontos, senhor!
Sophia - Este castelo é um lugar agradável. 
Giulia - O ar é doce e apela aos meus sentidos refinados.
Assassinos as golpeiam por trás. Todos caem.
Bruxa 1 - Agora, Macbeth, pegue a sua espada e traia o rei.
Bruxa 2 - Lembre-se de sorrir.
Bruxa 3 - Viva Macbeth! Agora és o rei!
Carol e Aghata - Toda a água no oceano lavará este sangue de minhas mãos?
Luiza - Macbeth - Está morta! Não devia ser agora
Todos - Amanhã, e amanhã e amanhã. O amanhã se arrasta nesse passo dia a dia, até a última sílaba do tempo memorável.
 Fábio - E todos os nossos ontens só conduziram ao caminho da morte poeirenta.
Isadora - A vida é uma história contada por um louco, cheia de som e fúria, significando nada.

Parte 2
Aghata - Peraí, essa não era nossa peça!
Isadora - Poxa, como assim "essa não era nossa peça"?
Juliana - Era pra gente ter apresentado Hamlet
Carol - E a gente acabou de fazer Macbeth
Isabela - Então Hamlet vai ser a próxima peça
Ana Clara - Que conta a história do príncipe da Dinamarca
Sophia - Essa peça é tão famosa quanto Romeu e Julieta
Enzo - Mas essa história é bem mais complicada
Giulia - O filme o Rei Leão parece que foi inspirada nela.
Fabio - É mesmo, tem até um fantasma que manda vingar a morte.
Luiza - E o assassino do Rei era o tio.
Lucas - Com vocês, espaguete!
Pedro - Com vocês, Hamlet!

CENA 6 - Hamlet
PERSONAGENS (10):
FANTASMA
HAMLET
SOLDADO MARCELO
SOLDADO OSRICO
LAERTES
OFÉLIA
POLÔNIO
RAINHA GESTRUDES
REI
HORÁRIO

(Fantasma e Hamlet no centro do palco)
FANTASMA - Sou a alma de teu pai, por tempo condenada a vagar durante a noite. O assassino de seu pai agora é o Rei. Você deve se vingar.
(Aparecem no canto o Soldado Marcelo e o Soldado Osrico, estavam vendo Hamlet com o Fantasma).
SOLDADO MARCELO – Há algo de podre no Reino da Dinamarca!
(Saem)

(Laertes e Ofélia caminhando pelo palco)
LAERTES - Irmã Ofélia, tome cuidado com Hamlet. Ele é escravo do próprio nascimento.

(Entra Polônio. Ofélia entrega para ele um bilhete.)
POLÔNIO (Para Ofélia) – Esse Hamlet, está doido, e sempre com minha querida filha Ofélia nas ideias.
(Saem)
(No palco sozinho Hamlet com uma caveira na mão)
HAMLET – Ser ou não ser, eis a questão. Morrer... dormir... talvez sonhar... O medo da morte nos faz aceitar os males conhecidos.

(Entra Ofelia)
OFELIA – Oi Hamlet, queria falar sobre o bilhete que você me deu.
HAMLET – Nunca te dei nada.

(Hamlet sai. Entra Polônio e Ofélia fica chorando).
(Entra a rainha Gertrudes Ofélia sai. Hamlet volta e Polônio se esconde).
RAINHA GERTRUDES (Brigando com Hamlet) – Hamlet, o que pretendes fazer?
POLÔNIO (Gritando escondido para fora) – Socorro! Hamlet está louco!
(Hamlet mata Polônio com sua espada.)
RAINHA – Que fizeste?
HAMLET – Não era o Rei? (Fica assustado ao ver que matou Polônio por engano)

(Sai Hamlet. Entra Ofélia com cara de louca)
OFÉLIA - Porque para um nobre coração os mais ricos presentes tornam-se pobres, quando aquele que oferece o presente já não mais demonstra afeto.

(Chega Laertes e vê Ofélia morrendo se jogando num rio. Sai a rainha Gertrudes chorando. Entra o Rei)
LARTES – Vou envenenar a minha espada.
REI – E eu colocarei veneno nesta bebida, se a espada não funcionar, Hamlet pode sentir sede e basta molhar os lábios para o veneno fazer efeito.
(Entram Hamlet, a Rainha e os Soldados. A Rainha se posiciona ao lado do Rei. Osrico tira o chapéu para Hamlet).
HAMLET (parecendo bem maluco) – Coloque o chapéu na cabeça!
OSRICO – Certo senhor, mas faz calor!
HAMLET – Faz muito frio!
OSRICO – Realmente, príncipe, está muito frio!
HAMLET – Frio?  O tempo está muito quente!
(Osrico cansado da maluquice entrega a espada para Hamlet e para Laertes.)

(Começa o duelo entre Hamlet e Laertes. Hamlet acerta Laertes. A Rainha Gertrudes bebe a taça envenenada para comemorar o toque de Hamlet. O rei grita para ela.)
REI – Não beba!!!
(A Rainha cai dizendo que foi envenenada. Hamlet, num golpe, consegue pegar a arma de Laertes. Hamlet e Laertes se ferem. Laertes morre do veneno na sua espada.)
HORÁCIO – Ambos estão feridos. Laertes morreu envenenado pela sua própria espada.
(Hamlet acerta o Rei. O Rei morre. Hamlet morre machucado pelo golpe que recebeu de Laertes).

CENA 7
Encerramento
Narrador: O final dessa peça é muito misterioso. Ambíguo. O fim é trágico. 
Acho que Shakespeare queria falar que a ambição pode destruir tudo.
Narrador: Peraí, o que é ambição? Ah, não precisa responder, acho que já sei... Quando alguém quer mais do que precisa? Mais do que tem??? Mas se eu quiser, por exemplo, que meu cabelo seja ainda mais bonito, ou ter mais tênis legais do que tenho, isso significa que sou ambiciosa?
Narrador: “A ambição nada mais é que a sombra de um sonho. É fútil e perigosa.

 (Todas as crianças fazem som de salva de artilharia com a voz. Os soldados e Horácio retiram os corpos mortos enquanto dos dois lados aparecem os alunos como se fosse uma batalha).

Todos os alunos vão entrando em cena como esgrimistas. Alguém dá um grito de guerra e na simulação de uma batalha todos acabam caídos.

Um aluno no centro levanta uma bandeira branca e nela está escrito: FIM

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