Sempre quis estudar mais sobre
Shakespeare. Eu sentia uma certa frustração por ter tantos anos de teatro, um
Mestrado em Artes com linha de pesquisa teatral sobre a montagem de Um Homem é
um Homem de Brecht, pelo Grupo Galpão, mas um conhecimento tão raso das obras
de Shakespeare.
Como uma profissional do teatro tão
amadurecida podia saber tão pouco??
E essa foi a motivação inicial para o
trabalho de 2013.
Comecei 2013 grávida, entrando em
licença maternidade no primeiro semestre e foi nesse período em que comecei a
elaborar o projeto para um espetáculo shakespeareano.
Para trabalhar os alunos, estudei
bastante sobre o método Stanislavski e o que eu poderia aproveitar para ensinar
meus alunos.
Foram 4 meses de licença maternidade
e foi o tempo necessário para criar meu projeto (definitivamente não gosto de
ficar sem trabalhar).
A estratégia consistia em usar uma
adaptação bem resumida - aproveitando as falas clássicas que a maioria das
pessoas reconhece - entender, compreender, estudar trechos das obras originais,
estudar adaptações para todas as idades.
O que me deu segurança para este
trabalho bem sintetizado foi o conhecimento prévio de Hamlet em 15 minutos, de
Tom Stoppard.
Aliás, o que eu já conhecia de
Shakespeare eram os populares: Hamlet, Romeu e Julieta, Otelo, Sonhos de uma
Noite de Verão, Rei Lear, A Tempestade, Coriolano, Antônio e Cleópatra, e Muito
Barulho por Nada.
Em tempo, como esgrimista e com uma
vasta experiência em esgrima artística, eu acreditei que teria as ferramentas
necessárias para fazer um excelente espetáculo.
O que estudei e aprendi junto com
meus alunos além das obras que eu já tinha um conhecimento prévio: Mercador de
Veneza, Medida por Medida, Ricardo III, a Henriade toda, Macbeth, e A Megera
Domada.
Para explicar para as crianças mais
novas sobre a saga do herói e os elementos de uma tragédia me vali de muita
analogia aos desenhos mais famosos como comparar Rei Leão 1 com Hamlet, Rei
Leão 2 com Romeu e Julieta... e por aí vai...
Foi um ano divertido. No final do
espetáculo, decidimos que todos iriam morrer em uma grande batalha.
Na véspera da apresentação a diretora
da escola e a minha coordenadora me perguntaram se eu tinha certeza se poderia
apresentar e que, como eu havia ganhado neném, eu não precisaria me preocupar
com resultado final naquele ano.
Não titubeei: SIM!
Realmente achei que eu poderia ser
demitida no dia seguinte... colocando crianças para interpretarem Macbeth,
invertendo gêneros em A Megera Domada... mas... recebi muitos aplausos e
lágrimas.
Meus alunos e eu formávamos uma
grande equipe de artistas.
Segue abaixo a adaptação que fiz para
as obras de Shakespeare em 2013:
Lembrem-se, se forem utilizar
qualquer trecho ou a versão integram, coloquem meu nome nos créditos e me
avisem!!!
SHAKESPEARE INTEGRAL
Compilação
adaptada de textos de William Shakespeare
Por Dhenise de Almeida Galvão
Para o
Curso de Teatro do Ensino Integral do Sigma 606 norte - 2013
Apresentação na voz de Márcia Furtado
Senhoras
e senhores, respeitável público,
É
com imenso prazer que anuncio o espetáculo do curso de teatro do ensino
integral do colégio Sigma de 2013: Shakespeare Integral.
Neste
ano a equipe de teatro em conjunto com a coordenação pedagógica desenvolveu um
estudo aprofundado com os alunos sobre a vida e obra de William Shakespeare.
Estudaram técnicas de interpretação, voz e até de esgrima para representarem
este espetáculo que é uma compilação de três das principais obras do autor
inglês: A Megera Domada, Romeu e Julieta e Hamlet.
Solicito
que desliguem ou coloquem no silencioso os aparelhos eletrônicos e peço que
façam bastante silêncio para que a voz de nossos atores cheguem a todos.
Tenham
todos um bom espetáculo.
CENA 1 – Abertura:
PERSONAGENS (9):
RICARDO III
HAMLET
PRÓSPERO
NARRADOR 1
NARRADOR 2
NARRADOR 3
Ricardo III –
Meu Reino por um cavalo!
Hamlet – Ser ou
não ser, eis a questão
Próspero –
Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos
Narrador 1 –
Essas frases foram criadas por William Shakespeare, grande escritor, poeta e
dramaturgo inglês que viveu em fins do século XVI e início do XVII.
Narrador 2 –
Peraí, o que significa dramaturgo?
Narrador 1 –
Ora, você não sabe o que é um dramaturgo?
Narrador 2 –
Deixa eu pensar... Dramaturgo é a pessoa que escreve peças de teatro?
Narrador 1 – A
palavra vem de “drama”, que significa “ação”, quer dizer, um texto escrito para
ser atuado, encenado!
Narrador 2 –
Ah, entendi...
Narrador 3 –
Shakespeare começou escrevendo comédia e depois passou para as tragédias, que
são as mais famosas. A peça que vamos
ver agora é uma comédia. Que conta a história de uma moça chamada Catarina que
é uma megera que ninguém quer casar, mas aí o pai faz um acordo lá pra casar
com ela.
TODOS – Com
vocês, A Megera Domada!
CENA 2 – A Megera Domada.
PERSONAGENS (9):
GRÊMIO, Pretendente de Bianca
HORTÊNSIO, Pretendente
de Bianca
BATISTA, rico gentil-homem de
Pádua. Pai de Bianca e Catarina
PETRUCCHIO, gentil-homem
de Verona, pretendente de Catarina.
CATARINA, a megera
BIANCA, doce irmã de Catarina
LUCÊNCIO, filho de Vicêncio,
apaixonado de Bianca.
TRÂNIO, amigo
de Lucêncio
CRIADO
VIÚVA
(Batista de
braços dados com as duas filhas. Encontra Grêmio e Hortênsio lutando)
GRÊMIO – Oh, a
doce Bianca será minha!
HORTÊNSIO –
Nisso sou seu rival, e minha esposa ela será!
BATISTA —
Cavalheiros, conheceis o meu propósito: não casar minha caçula, Bianca, sem que
a mais velha tenha se casado. Preciso de alguém para se casar com Catarina.
GRÊMIO — Então
Hortênsio, você não queria se casar?
HORTÊNSIO — De
uma demônia dessas, Deus nos livre!
BATISTA —
Senhores, caso conheçais alguém, mandai que me procure logo.
GRÊMIO — Que mulher essa Catarina, ninguém na cidade suporta ela.
GRÊMIO — Que mulher essa Catarina, ninguém na cidade suporta ela.
HORTÊNSIO —
Vamos nos juntar para arranjar um marido para Catarina e depois voltamos a
brigar por Bianca.
GRÊMIO — Acho
difícil, mesmo o pai sendo muito rico.
(Casa de
Petrucchio.)
HORTÊNSIO
— Bom Petrucchio, conheço alguém que pode ser sua esposa. Ela é bem rica. Seu
único defeito é ser brava, teimosa e cabeçuda sem medida.
PETRUCCHIO —
Rica? Dize-me o nome do pai dela, e pronto.
HORTÊNSIO — O
pai da jovem é Batista Minola, e o nome dela Catarina Minola.
HORTÊNSIO —
Vamos juntos então, pois sua filha mais nova, Bianca, é o meu tesouro.
GRÊMIO —
Catarina goela: o pior nome para uma donzela.
(casa de
Batista. Entram Catarina e Bianca.)
BIANCA —
Solte-me, irmã!
CATARINA — Qual
dos pretendentes à tua mão dedicas mais afeto?
BIANCA —
Nenhum!
CATARINA —
Bonequinha, é mentira. E Hortênsio?
BIANCA — Pode
ficar com ele!
CATARINA —
Agora entendo: prefere Grêmio, por ser rico!
BIANCA — Você
gosta dele? Pare de me ameaçar!
(Bate-lhe.
Entra Batista.)
BATISTA — Que é
isso, Catarina?
(Entram
Petrucchio e Hortênsio)
PETRUCCHIO —
Bom dia, meu Senhor. Por obséquio: não tendes uma filha encantadora e virtuosa
de nome Catarina? Senhor, sou Petrucchio.
BATISTA — Seja
bem-vindo.
(Entra Lucêncio e fala antes que Hortênsio se apresente)
LUCÊNCIO —
Perdão, senhor, mas a ousadia é minha, pois, apresento-me como pretendente à
mão da bela e virtuosa Bianca.
BATISTA — Sois
quem? De que cidade vindes?
LUCÊNCIO — De
Pisa sou, e filho de Vicêncio, chamo-me Lucêncio.
BATISTA — Sois
bem-vindo.
PETRUCCHIO —
Senhor Batista, o senhor tem muitas terras para deixar de herança?
BATISTA — Sim,
mas depois do sim da noiva, porque isso é tudo.
PETRUCCHIO —
Ora, isso é nada.
(Petrucchio
encontra Catarina)
PETRUCCHIO —
Sois bem-vinda, Quetinha. Esse é o vosso nome; não é isso mesmo?
CATARINA — Sois
lerdo para ouvir; é Catarina.
PETRUCCHIO — Por
minha alma, desejo-te para esposa.
CATARINA — Saia
daqui!
PETRUCCHIO —
Quetinha; voltai; sou um cavalheiro.
CATARINA — Vou
ver isso. (Bate-lhe.)
PETRUCCHIO — Se
me bateres novamente, juro que te darei um murro. Quetinha mansa, e tão amável
como as Quetinhas donas de seus lares.
(Petrucchio e Catarina ficam discutindo sem som, e
entram Trânio e Lucêncio)
LUCÊNCIO — Ó Trânio, eu morro se não
casar com esta meiga jovem. Aconselha-me, amigo Trânio; sei que o podes.
TRÂNIO — Tem certeza que isso é amor?
Você ficou tão apaixonado que não percebeu a coisa mais importante!
LUCÊNCIO — Oh! vi suave beleza no seu
rosto.
TRÂNIO — Não viu mais nada? O pai
delas só vai deixar Bianca se casar depois que conseguir arrumar um marido para
a mais velha, que é uma bruxa maligna.
LUCÊNCIO – Oh, Trânio, meu amigo,
por que você não se candidata a pretendente de Catarina para me ajudar?
TRÂNIO – Eu? Como assim? (Pretucchio escuta o nome “Catarina” e
apunhala Trânio)
(Petrucchio coloca um anel em Catarina. Voltam Batista, Grêmio e Lucêncio.)
(Saem
Petrucchio e Catarina por lados diferentes.)
GRÊMIO — Já
houve noivado assim tão apressado?
(Entram
Bianca e o Criado.)
CRIADO —
Senhora, vosso pai disse que deixeis os livros, para ajudardes a enfeitar o
quarto de vossa irmã, pois amanhã é o dia do casamento dela.
BIANCA — Adeus,
senhores; precisarei deixar-vos.
(Sai Bianca
e o criado.)
LUCÊNCIO — Vou
também. (Sai.)
HORTÊNSIO — (Se referindo a Lucêncio) Pedante! (Sai.)
(Diante da
casa de Batista. Entram Batista, Grêmio, Catarina, Bianca, Lucêncio e criado.)
BATISTA (a
Lucêncio) — Hoje é o dia das núpcias de Petrucchio com Catarina, mas onde
está o noivo?
CATARINA — Que
vergonha, imagino todos comentando que nem meu noivo quis se casar comigo. (chora).
LUCÊNCIO —
Paciência, Catarina; Petrucchio é homem honesto, vai chegar.
(Entra
Grêmio.)
GRÊMIO — Senhor, senhor!
novidade! Petrucchio vem vindo aí com um chapéu novo e um casaco velho.
(Entram
Petrucchio e Grúmio.)
PETRUCCHIO —
Então, meus elegantes? Todos prontos?
GRÊMIO —
Petrucchio está catarinado.
LUCÊNCIO — Que
casamento louco. Agora preciso da permissão paterna para ter o amor de Bianca.
BATISTA — Agora
anuncio Lucêncio como noivo de Bianca.
HORTÊNSIO — Eu
vou é me casar com uma viúva qualquer!
(Afastam-se.)
CATARINA — Que
vestido bonito. Quereis fazer de mim uma boneca?
PETRUCCHIO
— Uma boneca, justamente.
(Todos na
casa de Batista)
LUCÊNCIO
— Até que enfim estamos todos reunidos. E eu, com minha bela Bianca! Vamos
conversar!
BIANCA — Com
licença, vou dormir.
BATISTA —
Petrucchio, sinceramente, você ficou com a pior megera.
PETRUCCHIO —
Duvido. Vamos apostar? Cada um de nós mande chamar a esposa. A que se revelar
mais obediente e chegar mais rápido, ganha.
HORTÊNSIO —
Muito bem.
LUCÊNCIO —
Fechado.
HORTÊNSIO —
Quem começa?
LUCÊNCIO — Eu!
Criado, chame Bianca.
CRIADO —
Perfeitamente. (Sai e volta.) Ela mandou dizer que está ocupada e que
não pode vir.
PETRUCCHIO —
Como! Ocupada? Não pode vir?
GRÊMIO — Que
gentileza! (Ri)
PETRUCCHI0 —
Espero uma melhor.
HORTÊNSIO —
Corre, criado, chame a minha esposa.
(Criado sai
e volta. Viúva grita da cochia)
VIÚVA – Hortênsio,
pare de me chamar, se você quiser mesmo falar comigo venha até aqui!
PETRUCCHIO —
Ah, que vergonha! Criado, ordeno que Catarina venha agora!
(Criado sai.
Todos fazem cara de que sabem que Catarina não aparece. O criado volta com ela.)
CATARINA —
Senhor, qual é vossa vontade?
PETRUCCHIO —
Onde estão Bianca e a viúva de Hortênsio?
CATARINA —
Conversando na cozinha.
LUCÊNCIO — É um milagre!
BATISTA —
Petrucchio, ganhaste a aposta; Catarina parece outra.
PETRUCCHIO —
Vamos embora, Quetinha!
(Saem
Petrucchio e Catarina.)
HORTÊNSIO — Vai
saindo; domaste uma megera.
LUCÊNCIO — É de
admirar, pois furiosa ela era. (Saem.)
CENA 3 –
PERSONAGENS (6):
NARRADORA 5
NARRADORA 6
NARRADORA 7
NARRADOR A
NARRADOR B
NARRADORA 5 - Você viu que engraçado os meninos fazendo papel de Bianca e Catarina?
NARRADORA 6 - Então você não sabe?
NARRADORA 5 -
Não sei o que?
NARRADORA 6 -
Que na época de Shakespeare os papéis femininos eram interpretados por homens?
As mulheres não atuavam?
NARRADORA 5 -
Isso foi na época de Shakespeare! Você sabe em que época estamos???
NARRADORA 7 – Isso não importa, o que importa é nossa próxima peça que foi a mais famosa de todos os tempos e já foi apresentada de todo jeito, até de perna de pau.
NARRADORA 7 – Isso não importa, o que importa é nossa próxima peça que foi a mais famosa de todos os tempos e já foi apresentada de todo jeito, até de perna de pau.
(Entram dois narradores de pernas de pau)
NARRADOR
A - Na cidade de Verona, na Itália, há muito tempo viviam duas famílias
inimigas: Os Montéquio e os Capuleto.
NARRADOR B -
Todos os dias havia provocações e brigas entre pessoas dessas famílias. Até que
o príncipe de Verona resolveu acabar com aquela confusão e proibiu todas as
brigas e duelos na cidade!
TODOS – Com
vocês, Romeu e Julieta!
CENA 4 - Romeu e Julieta
PERSONAGENS (13):
ROMEU
JULIETA
AMA
SRA CAPULETO
(Pai de Julieta)
SENHOR CAPULETO
(Mãe de Julieta)
TEOBALDO (Primo
de Julieta)
PRÍNCIPE DE
VERONA
FREI LORENÇO
BENVÓLIO (Primo
de Romeu)
MERCUCIO (Primo
de Romeu)
MENSAGEIRO
BOTICÁRIO
SENHOR
MONTECCHIO
(Benvólio e Mercúcio aparecem)
BENVÓLIO -
Coitado de Romeu, anda muito triste apaixonado por Rosalina. O que podemos
fazer por ele?
MERCÚCIO - Tive
uma ideia, vamos na festa à fantasia dos Capuleto. Como estaremos fantasiados,
eles nunca vão saber que nós, Montecchio, estivemos na festa.
(Festa a fantasia na casa de Julieta Capuleto. Entram Julieta com seus pais, sr e sra Capuleto com máscaras e roupas vermelhas)
SR CAPULETO -
Sejam bem-vindos à nossa festa à fantasia.
ROMEU (Fantasiado,
vô Julieta e pergunta para um criado) - Que bela dama é aquela?
BENVÓLIO - Desconheço-a, meu senhor.
BENVÓLIO - Desconheço-a, meu senhor.
ROMEU - Quanta
beleza, ah o amor.
**
TEOBALDO - Reconheço essa voz, é um Montecchio.
SRA CAPULETO -
O que houve, meu sobrinho Teobaldo?
TEOBALDO
(Apontando para Romeu) - Tia, aquele é Romeu. Eu quero a minha espada. Não o
suporto.
SR CAPULETO -
Terás de suportá-lo, meu sobrinho, pois as brigas estão proibidas.
**
(Romeu passa por Julieta e dá um beijo em sua mão com ar de apaixonado)
JULIETA - Esse é o beijo mais santo e conveniente.
**
(Romeu passa por Julieta e dá um beijo em sua mão com ar de apaixonado)
JULIETA - Esse é o beijo mais santo e conveniente.
AMA - (Chega
e afasta os dois) - Senhorita, sua mãe está chamando.
ROMEU - E quem
é a sua mãe? (Perguntando para Julieta)
AMA - É a dona
desta casa!
ROMEU - Uma
Capuleto?
**
MERCUCIO - Vamos embora, a festa acabou.
(Saem Romeu, Benvólio e Mercucio por um lado, os outros pelo outro lado. Ficam em cena Julieta e Ama)
JULIETA - Ama,
quem é aquele jovem?
AMA - Chama-se
Romeu e é um Montecchio.
JULIETA - Ah, o
amor briga comigo. Estou apaixonada pelo inimigo.
**
(Cena do Balcão - Julieta na varanda de sua casa e Romeu debaixo meio escondido)
JULIETA - Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses? Que é Montecchio? Romeu, risca teu nome e fica comigo inteira!
ROMEU (Surpreendendo Julieta) - Sim, aceito tua palavra, de agora em diante não serei Romeu.
JULIETA - O que
queres aqui? Podem te matar!
ROMEU - Quero
teu voto fiel de amor!
JULIETA - Já o
tem, agora vai.
AMA (Chamando de dentro) - Senhorita Julieta, com quem está conversando?
JULIETA (Para
Romeu) - Vá, amanhã de manhã te envio um recado. Boa noite mil vezes.
**
(Frei Lourenço e Romeu conversam na igreja)
**
(Frei Lourenço e Romeu conversam na igreja)
ROMEU - Bom
dia, meu bom padre.
FREI LOURENÇO -
Tão cedo? Ainda está apaixonado por Rosalina?
ROMEU - Já
esqueci esse nome. Vou me confessar: fui à festa na casa do meu inimigo e agora
amo a filha do rico Capuleto.
FREI LOURENÇO -
Por São Francisco, que mudança é essa? Quem sabe essa bela aliança faça mudar
esse ódio entre as famílias, que não cansa.
ROMEU - Então
me ajude logo, estou com pressa!
FREI LOURENÇO -
Cuidado, quem corre demais tropeça!
(Saem)
**
NARRADOR A - Então o Frei Lourenço juntamente com a Ama organizaram o casamento de Romeu e Julieta em segredo, na esperança que os conflitos em Verona acabassem.
NARRADOR B - E os dois então se prepararam para o casamento. Só que aconteceu uma confusão na praça da cidade.
**
(Praça - Benvólio e Mercúcio conversam e chega Teobaldo)
TEOBALDO -
Meercuccio e Benvólio, estou procurando Romeu. Vocês viram?
BENVÓLIO - Mercúccio, vamos sair daqui!
BENVÓLIO - Mercúccio, vamos sair daqui!
MERCUCCIO -
Daqui não dou um passo.
(Entra Romeu)
TEOBALDO -
Romeu, eu te desafio. Arranca a espada e se prepara, pois eu te odeio.
ROMEU - Teobaldo, eu não te odeio, pois quero que saiba que gosto do nome Capuleto.
MERCUCCIO - Eu resolvo isso (desembainha a espada). Teobaldo, seu rato, luta comigo.
(Teobaldo saca a espada e luta com Mercuccio, Mercuccio morre. Benvólio vai procurar ajuda e Teobaldo luta com Romeu. Teobaldo morre. Benvolio volta)
BENVOLIO - Foge, Romeu. Teobaldo está morto. O príncipe vai te condenar à morte.
(Chega a senhora Capuleto e o príncipe de Verona)
ROMEU - Teobaldo, eu não te odeio, pois quero que saiba que gosto do nome Capuleto.
MERCUCCIO - Eu resolvo isso (desembainha a espada). Teobaldo, seu rato, luta comigo.
(Teobaldo saca a espada e luta com Mercuccio, Mercuccio morre. Benvólio vai procurar ajuda e Teobaldo luta com Romeu. Teobaldo morre. Benvolio volta)
BENVOLIO - Foge, Romeu. Teobaldo está morto. O príncipe vai te condenar à morte.
(Chega a senhora Capuleto e o príncipe de Verona)
SENHORA
CAPULETO - Eu te peço justiça! Romeu matou Teobaldo e deve morrer!
PRÍNCIPE - Mas Teobaldo matou Mercucio antes, quem deve pagar?
PRÍNCIPE - Mas Teobaldo matou Mercucio antes, quem deve pagar?
SENHORA
MONTECCHIO - Não meu filho, Romeu, senhor, ele era bom e tenho certeza que
queria evitar a briga.
PRÍNCIPE -
Então Romeu deve partir daqui imediatamente. Se ele voltar para Verona irá
morrer.
**
(Ama e Julieta)
AMA - Teobaldo
foi assassinado e Romeu, banido!
JULIETA - Como?
AMA - Corre,
Romeu está escondido na cela do Freio Lourenço!
(Julieta abraça
Ama e chora desesperada - do outro lado do palco Romeu chora com Frei Lourenço.
Romeu e Julieta se encontram no meio do palco. Julieta coloca uma aliança no
dedo de Romeu. Eles se abraçam apaixonados. Romeu sai correndo por um lado e
Julieta por outro, num clima bem trágico).
Julieta está sozinha em seu quarto com o frasco de
veneno falso.
JULIETA – Vou
tomar este falso veneno para que pensem que estou morta e assim vou encontrar
Romeu.
Ama entra no quarto, vê Julieta e grita
desesperada.
AMA – Julieta
está morta! Não!
Todos os Capuleto passam de véu preto na cabeça
para velar Julieta no centro do palco. Alguns levam Julieta até o centro. Todos
choram e saem. Fica Julieta.
No canto Romeu encontra um mensageiro.
MENSAGEIRO –
Romeu, Julieta vive agora entre os anjos. Está no sepulcro dos Capuletos.
Perdoai-me por trazer tal notícia.
Romeu corre até o Boticário e compra um veneno.
BOTICÁRIO – Se
tomares este veneno, ainda que tenha a resistência de vinte homens, caireis de
pronto morto.
Romeu chega até Julieta, vê ela morta e toma o
veneno. Morre ao seu lado. Julieta acorda, vê Romeu morto, chora, pega o punhal
de Romeu e crava em seu próprio peito.
Chegam de um lado os Capuletos, de outro os
Montecchios. Todos choram. Senhor Capuleto abraça o senhor Montecchio.
SENHORA
MONTECCHIO – Eles são vítimas de nossa inimizade. Mandarei fazer uma estátua de
Julieta no mais puro ouro.
PRÍNCIPE DE
VERONA – Esta manhã nos trouxe a paz de maneira sombria. Que a triste história
de Romeu e Julieta seja lembrada por nós todo dia.
CENA 5
Parte 1
Juliana - Bruxa
1 - quando nos encontraremos novamente? Na miséria ou na desgraça?
Isabela - Bruxa 2 - Quando a guerra terminar.
Isabela - Bruxa 2 - Quando a guerra terminar.
Ana Clara -
Bruxa 3 - Ela terminará nesta tarde.
Carol - Lady
Macbeth - Cumprimente o rei com uma expressão de boas-vindas em seus
olhos, suas mãos e suas palavras.
Aghata - Você deve olhar como uma flor
inocente, mas ser como a serpente.
Enzo, Pedro e Lucas (Assassinos) -
Estamos prontos, senhor!
Sophia - Este castelo é um lugar
agradável.
Giulia - O ar é doce e apela aos meus
sentidos refinados.
Assassinos as golpeiam por trás. Todos
caem.
Bruxa 1 - Agora, Macbeth, pegue a sua
espada e traia o rei.
Bruxa 2 - Lembre-se de sorrir.
Bruxa 3 - Viva Macbeth! Agora és o rei!
Carol e Aghata - Toda a água no
oceano lavará este sangue de minhas mãos?
Luiza - Macbeth - Está morta! Não devia ser agora
Luiza - Macbeth - Está morta! Não devia ser agora
Todos - Amanhã, e amanhã e amanhã.
O amanhã se arrasta nesse passo dia a dia, até a última sílaba do tempo
memorável.
Fábio - E todos os
nossos ontens só conduziram ao caminho da morte poeirenta.
Isadora - A vida é uma história contada
por um louco, cheia de som e fúria, significando nada.
Parte 2
Aghata - Peraí, essa não era nossa peça!
Isadora - Poxa, como assim "essa
não era nossa peça"?
Juliana - Era pra gente ter apresentado
Hamlet
Carol - E a gente acabou de fazer
Macbeth
Isabela - Então Hamlet vai ser a próxima
peça
Ana Clara - Que conta a história do
príncipe da Dinamarca
Sophia - Essa peça é tão famosa quanto
Romeu e Julieta
Enzo - Mas essa história é bem mais
complicada
Giulia - O filme o Rei Leão parece que
foi inspirada nela.
Fabio - É mesmo, tem até um fantasma que
manda vingar a morte.
Luiza - E o assassino do Rei era o tio.
Lucas - Com vocês, espaguete!
Pedro - Com vocês, Hamlet!
CENA 6 - Hamlet
PERSONAGENS (10):
FANTASMA
HAMLET
SOLDADO MARCELO
SOLDADO OSRICO
LAERTES
OFÉLIA
POLÔNIO
RAINHA
GESTRUDES
REI
HORÁRIO
(Fantasma e
Hamlet no centro do palco)
FANTASMA - Sou
a alma de teu pai, por tempo condenada a vagar durante a noite. O assassino de
seu pai agora é o Rei. Você deve se vingar.
(Aparecem no canto o Soldado Marcelo e o Soldado
Osrico, estavam vendo Hamlet com o Fantasma).
SOLDADO MARCELO
– Há algo de podre no Reino da Dinamarca!
(Saem)
(Laertes e
Ofélia caminhando pelo palco)
LAERTES - Irmã
Ofélia, tome cuidado com Hamlet. Ele é escravo do próprio nascimento.
(Entra Polônio.
Ofélia entrega para ele um bilhete.)
POLÔNIO (Para Ofélia) – Esse Hamlet, está doido,
e sempre com minha querida filha Ofélia nas ideias.
(Saem)
(No palco sozinho Hamlet com uma caveira na mão)
HAMLET – Ser ou
não ser, eis a questão. Morrer... dormir... talvez sonhar... O medo da morte
nos faz aceitar os males conhecidos.
(Entra Ofelia)
OFELIA – Oi
Hamlet, queria falar sobre o bilhete que você me deu.
HAMLET – Nunca
te dei nada.
(Hamlet sai. Entra Polônio e Ofélia fica chorando).
(Entra a rainha Gertrudes Ofélia sai. Hamlet volta
e Polônio se esconde).
RAINHA
GERTRUDES (Brigando com Hamlet) – Hamlet,
o que pretendes fazer?
POLÔNIO (Gritando escondido para fora) – Socorro!
Hamlet está louco!
(Hamlet mata Polônio com sua espada.)
RAINHA – Que
fizeste?
HAMLET – Não
era o Rei? (Fica assustado ao ver que
matou Polônio por engano)
(Sai Hamlet. Entra Ofélia com cara de louca)
OFÉLIA - Porque
para um nobre coração os mais ricos presentes tornam-se pobres, quando aquele
que oferece o presente já não mais demonstra afeto.
(Chega
Laertes e vê Ofélia morrendo se jogando num rio. Sai a rainha Gertrudes
chorando. Entra o Rei)
LARTES – Vou envenenar a minha espada.
REI – E eu colocarei veneno nesta bebida,
se a espada não funcionar, Hamlet pode sentir sede e basta molhar os lábios
para o veneno fazer efeito.
(Entram
Hamlet, a Rainha e os Soldados. A Rainha se posiciona ao lado do Rei. Osrico
tira o chapéu para Hamlet).
HAMLET (parecendo
bem maluco) – Coloque o chapéu na cabeça!
OSRICO – Certo senhor, mas faz calor!
HAMLET – Faz muito frio!
OSRICO – Realmente, príncipe, está muito
frio!
HAMLET – Frio? O tempo está muito quente!
(Osrico
cansado da maluquice entrega a espada para Hamlet e para Laertes.)
(Começa
o duelo entre Hamlet e Laertes. Hamlet acerta Laertes. A Rainha Gertrudes bebe
a taça envenenada para comemorar o toque de Hamlet. O rei grita para ela.)
REI – Não
beba!!!
(A Rainha cai dizendo que foi envenenada. Hamlet,
num golpe, consegue pegar a arma de Laertes. Hamlet e Laertes se ferem. Laertes
morre do veneno na sua espada.)
HORÁCIO – Ambos
estão feridos. Laertes morreu envenenado pela sua própria espada.
(Hamlet acerta o Rei. O Rei morre. Hamlet morre
machucado pelo golpe que recebeu de Laertes).
CENA 7
Encerramento
Narrador: O final dessa peça é muito
misterioso. Ambíguo. O fim é trágico.
Acho que Shakespeare queria falar que a ambição pode destruir tudo.
Acho que Shakespeare queria falar que a ambição pode destruir tudo.
Narrador: Peraí, o que é ambição?
Ah, não precisa responder, acho que já sei... Quando alguém quer mais do que
precisa? Mais do que tem??? Mas se eu quiser, por exemplo, que meu cabelo seja
ainda mais bonito, ou ter mais tênis legais do que tenho, isso significa que
sou ambiciosa?
Narrador: “A ambição nada mais é que
a sombra de um sonho. É fútil e perigosa.
(Todas as
crianças fazem som de salva de artilharia com a voz. Os soldados e Horácio
retiram os corpos mortos enquanto dos dois lados aparecem os alunos como se
fosse uma batalha).
Todos os alunos
vão entrando em cena como esgrimistas. Alguém dá um grito de guerra e na
simulação de uma batalha todos acabam caídos.
Um aluno no centro levanta uma bandeira branca e nela está escrito: FIM
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